Quando não há inimigos internos, os inimigos externos não podem nos ferir. Essa é uma frase pra gente começar a refletir a respeito de o quanto nós damos poder às outras pessoas ou a estímulos externos ou a coisas externas que possam nos machucar. Muitas vezes eu já ouvi a frase do tipo, ah, você só vai ficar irritado com aquela pessoa se você deixar. Uma coisa é a pessoa fazer algo para te irritar, outra coisa é você ficar irritado. Uma coisa é a outra pessoa tentar te deixar triste, outra coisa é você ficar triste. Isso é extremamente interessante, a inteligência emocional está atrelada a isso. E isso, trazendo para o nosso contexto de liderança, tem muita relação com a forma com que as pessoas vão nos tratar ao longo da nossa jornada. Seja uma liderança que nós temos, que às vezes pode ser uma liderança que tenta nos tratar mal mesmo, de alguma maneira, e isso nos afeta. Mas o quanto nós, internamente, estamos bem trabalhados. O quanto nós, internamente, estamos fortes emocionalmente. O quanto nós temos um bom reconhecimento dos nossos sentimentos e emoções. E eu sei que esse papo tá parecendo coisa de psicologia demais, né? Mas é importante a gente conversar sobre isso, principalmente num curso técnico. E eu tô amando, né, a oportunidade de estar aqui, já tive outras oportunidades de falar de coisas não técnicas para pessoas técnicas. Porque é importante, eu espero que esteja sendo talvez mais interessante do que você imaginou quando viu o nome do curso, né? Até recebi um feedback de vocês recentemente sobre isso, né? Nossa, eu estava com preconceito por conta do nome do curso e aí no final das contas a pessoa se surpreendeu e disse que estava curtindo pra caramba o conteúdo. Então eu fico muito feliz com esse tipo de feedback porque esse é um conteúdo que muitas das vezes é negligenciado por pessoas técnicas. Mas, muitas vezes, o maior problema dessa pessoa está sendo um problema emocional. Tem pessoas que infelizmente amam mais o desconforto da vida do que a própria vida. Tem pessoas que vivem, por exemplo, num caos de procrastinação sem entender que essa é uma dificuldade caos de procrastinação sem entender que essa é uma dificuldade emocional que ela está vivendo. A procrastinação não é pura e simplesmente ser uma pessoa preguiçosa. Procrastinação é uma dificuldade emocional. Quando a gente entende como o cérebro funciona, como o sistema de recompensa funciona no nosso cérebro, recompensa funciona no nosso cérebro? Como o nosso cérebro ele foge de qualquer coisa que possa nos gerar desconforto, a gente começa a entender porque que é mais chato ler um livro difícil, talvez técnico, etc. Um livro mais... com palavras mais difíceis do que ficar, por exemplo, horas na frente do Instagram rolando, né? É nisso que eu estou rolando. Ou fazendo outras coisas que possam me trazer uma alta liberação, hiperestímulos, uma alta liberação de dopamina, por exemplo. E hoje estamos totalmente imersos num universo de estímulos, seja através do que a gente toma, a gente toma café, eu não, mas as pessoas que tomam café, as pessoas que tomam energético ou tomam qualquer tipo de substância para ficarem ativas, para terem picos de dopamina, de energia e tudo mais. Muitas vezes essa pessoa logo em seguida tem o que a gente chama de crash, onde ela está completamente desanimada e ela busca tomar mais daquele líquido para conseguir ajudá-la a ter mais energia. Só que essa pessoa que está fazendo isso dessa forma, ela provavelmente não entende como o cérebro dela funciona. Ela não entende a autorregulação que o cérebro faz, que num primeiro momento ela tem um pico de liberação de dopamina, mas logo em seguida, quando ela tenta fazer isso novamente, o pico já não vai ser o mesmo. Porque existe uma autorregulação. Uma pessoa, por exemplo, que está imersa em hiperestímulos de diversas formas, seja uma pessoa que fica mais de 15 horas no celular, se utiliza de computador o tempo todo ligado e celular e ter muita energia, ou pessoas que se utilizam de estímulos de ordem sexual, por exemplo, né? Essas pessoas, elas estão tão estimuladas, mas tão estimuladas que nada, nada conseguirá, pensa assim, a barra dessa pessoa está tão alta de hiperestímulo que nada que não seja, até anotei aqui gente, fácil, rápido e gostoso como ir para a academia, trabalhar, fazer coisas que podem soar chatas, mas que são importantes e necessárias para resultados no longo prazo, a gente não vai querer fazer. longo prazo, a gente não vai querer fazer. Entende? Então, se a gente não consegue entender que o nosso cérebro, ele vai ficando insensível aos estímulos naturais da vida, conforme a gente vai expondo ele a hiperestímulos, a estímulos que geram liberação de dopamina, assim, absurda, a gente começa a perceber que isso é extremamente relativo. Então, a gente que está diante de plataformas de streaming com milhares de séries, você percebe que muitas das vezes você está ali rolando e isso já não te empolga mais, sendo que teve uma época da qual a gente conseguia assistir um filme se a gente fosse até uma locadora e locasse um DVD. Hoje a gente tem tudo isso acessível, mas é tanto estímulo e um desequilíbrio tão grande dos estímulos que isso já não nos empolga mais. O seu sistema de recompensa já não te traz mais satisfação. O seu sistema de recompensa já não te traz mais satisfação. E aí quando você precisa fazer algo difícil pro seu cérebro, dentro dessa balança, dessa régua, ele não vai querer fazer. E se faz, ainda faz de mau grado. Faz se sentindo mal. Ok? Então, essa é uma das causas possíveis da procrastinação. Podem ter outras, ansiedade, pensar que vai dar errado. Então, é muito mais relacionado ao seu emocional, de como você está com dificuldade de lidar com aquela tarefa emocionalmente, você vai empurrando aquela tarefa para depois, do que de fato pensa assim, isso é o sintoma, não é a causa. A procrastinação é o sintoma, não é a causa, procrastinação é o sintoma, não é a causa. Qual é a causa? O autoconhecimento nos ajuda a conseguir buscar essa causa. Faz sentido pra você? Então, qual que é a solução que a gente pode buscar pra esse tipo específico, né? Eu trouxe o problema, né? Então, deixa eu tentar trazer aqui uma potencial solução. Então, deixa eu tentar trazer aqui uma potencial solução. De forma mais específica, para solucionar essa questão, por exemplo, da procrastinação, você precisa buscar o tédio. Você precisa buscar equilibrar essa relatividade do seu cérebro, diminuindo os hiperestímulos. Diminuindo os estímulos fáceis, gostosos, extremamente acessíveis. Ok? Então, pensa que o seu sistema de recompensa, a sua dopamina, ela é tipo um canal de água, certo? Pra chegar lá no objetivo. Então, eu preciso trabalhar, eu preciso gravar aulas pra você, eu preciso fazer umas burocracias, preciso pagar imposto, preciso fazer um monte de coisa aqui no meu papel. Só que no meio do caminho tem uns ralos enormes, que são o que? As distrações. Então eu preciso diminuir, eliminar tudo que for possível. E eu compartilho isso com vocês como uma pessoa que tem buscado fazer coisas que possam, por mais que eu trabalhe com computador e celular, eu tenho feito jejum de celular de tempos em tempos. Eu pego um período onde eu de fato sei que eu não vou precisar utilizar ou que eu acredito que, né? E eu busco ficar períodos longos ou dias, um dia, dois dias, pega um final de semana, sem o celular estar acessível, sem estar na vista dos olhos, porque o simples fato dele estar na mesma presença psicologicamente já irá fazer com que o meu cérebro não queira fazer outra coisa que tenha talvez um estímulo menor, que pareça ser menos legal. Então, a gente precisa equilibrar essa questão dos nossos estímulos, entendendo como o nosso cérebro funciona, entendendo quem nós somos e cada um de nós precisa entender qual nível nós estamos desses estímulos que impactam na nossa vida, ok? Então, a gente precisa mudar essa régua. O nosso cérebro, a gente pode expor o nosso cérebro, por exemplo, a ficar longe dos estímulos durante um período. Se você fizer isso durante uma semana, você já vai perceber que você vai passar a ter mais prazer em algo que você não tinha antes, porque você submeteu o seu cérebro, por exemplo, sem computador, sem celular, sem esses estímulos dos quais você, que eu não sei quais são, dos quais você se utiliza. O seu cérebro, ele prefere fazer alguma coisa que hoje você considera muito boring, muito chata, do que não fazer nada. Talvez seu cérebro vai querer ler o livro chato, complexo, com palavras difíceis, ao invés de não fazer nada. Então você precisa mudar essa regra. Deu para entender essa questão da procrastinação? Ficou claro? Tentei trazer aqui para vocês de uma maneira rústica, né? Tentando simplificar ao máximo o funcionamento do cérebro humano. Pra explicar um fenômeno que ataca todos nós em algum momento, em algum nível. Que é a procrastinação. Então isso é só um exemplo. Tem pessoas que são irritadiças, pessoas que se irritam muito facilmente. Precisa entender o que está gerando essa irritabilidade. irritadiças, pessoas que se irritam muito facilmente, precisa entender o que está gerando essa irritabilidade então existem coisas que nós fazemos que por falta de autoconhecimento a gente não consegue autogerenciar e aí as vezes a gente vai acabar despejando sobre as outras pessoas ou não conseguindo concluir as nossas tarefas com excelência ou no tempo determinado por não conseguir nos gerenciar. E sendo muito sincera, se nós não temos a capacidade de nos gerenciar, por mais que a gente até seja bom em gerenciar outras pessoas, a gente vai estar demandando de uma energia tamanha, tamanha, que em algum momento a conta vai chegar, ok? Então, eu mesmo, por exemplo, tenho buscado uma autodisciplina num nível maior do que eu já tive nos últimos anos. Eu venho percebendo essa necessidade e tudo começa com os micro-hábitos. Se eu quero mudar hábitos maiores, eu preciso começar com os micro hábitos. Tudo bem? Se você quiser mais informações sobre esse assunto, eu estou passando bem por cima, tá? Mas se vocês quiserem em algum momento mais detalhes sobre esse assunto, a gente pode trazer mais aulas para vocês a respeito disso. Mas por enquanto, a ideia é trazer esse conceito da autogestão como o outro lado da moeda do autoconhecimento. Já dei algumas dicas bem práticas aqui também, né? Se vocês quiserem já implementar, eu tenho certeza que vocês, em pouquíssimo tempo, uma semana, por exemplo, vocês já verão grandes resultados. E a gente se vê na próxima aula.