Caso você já esteja em posição de liderança, eu peço que você selecione pelo menos 5 tarefas ou 5 coisas que você precisou delegar recentemente. E caso você ainda não ocupe um papel de liderança, pare para pensar como liderado mesmo, nas oportunidades que você teve de receber uma atividade, uma tarefa. Então, selecione cinco delas para fazermos a seguinte análise. Existem algumas teorias a respeito de delegação e eu quero trazer para vocês aqui uma do Juergen Apelo. Juergen Apelo, acho que é assim que fala. Ele é especialista em gestão 3.0 e ele define da seguinte maneira cada um dos níveis de delegação. Então, dessas cinco tarefas, se você precisar, pausa, seleciona lá, entra lá no Gira, entra no Trello, enfim, na ferramenta que você utiliza para fazer a gestão das tarefas no seu trabalho, seleciona cinco delas e aí então vamos, e não precisa ser necessariamente uma tarefa técnica, tá? Pode ser algo que a liderança delegou para você, que seja marcar uma reunião, por exemplo, tá? A questão é cinco coisas pelas quais você ficou responsável em algum nível. E a gente vai entender qual que é o nível desse tipo de delegação que você foi submetido recentemente. Tudo bem? Vamos lá então? O primeiro nível é aquele onde a liderança chega e apenas diz o que você precisa fazer. Esse primeiro nível, ele é totalmente tomado, essa decisão, ela é tomada pela liderança e você é apenas informado, apenas informada para que você execute. Esse é o nível, talvez, segundo pelo menos essa teoria, é o nível de menor autonomia. Eu apenas executo aquilo que já decidiram, que já entenderam que faz sentido. Eu só preciso executar, eu fui apenas informada, ok? O primeiro nível é de dizer uma tarefa para alguém. Dê uma olhada nas tarefas, no seu dia a dia, quantas das atividades que você submete às pessoas ou que você é submetido, elas estão no primeiro nível de delegação. Apenas digo e você executa. Ok? O segundo nível é o nível da venda. Em que sentido, tá? Basicamente, a decisão é tomada, mas você não é apenas informado, você recebe uma carga de informação a respeito daquela tarefa, quase como se estivessem vendendo para você uma ideia, vendendo ali a tarefa de maneira mais explicativa, quais são os benefícios dessa tarefa e tudo mais, ok? Então, esse é o segundo nível de delegação, segundo essa teoria. O terceiro nível de delegação é o consultar. Então, a pessoa, a liderança, toma a decisão de que realmente aquilo precisa ser feito, seja uma tarefa, seja uma ação. de que realmente aquilo precisa ser feito, seja uma tarefa, seja uma ação. E essa pessoa pergunta à equipe antes de tomar de fato a decisão. Então na cabeça dela, ela está semidecidida, vamos dizer assim. Mas ela consulta a equipe e aí toma uma decisão e segue com a cadeia de ações necessárias. Às vezes é uma decisão que precisa subir para alguma diretoria, é alguma decisão que vai impactar outras equipes, é alguma decisão que vai precisar ser informada para a empresa toda. Então, esse terceiro nível, a equipe é consultada, não apenas informada, ok? Ou que exista essa necessidade de, olha, eu não vou apenas te informar, eu vou também te contar um pouco mais a respeito da tarefa. No terceiro nível, a equipe é consultada antes de que a decisão seja comunicada. Por mais que na cabeça dessa liderança, de alguma forma, talvez já esteja semidefinido, né? Então, ela traz, consulta a equipe e depois essa decisão é colocada em prática. O quarto nível é o usar o consenso. Então, a equipe toma a decisão em conjunto. Ela não é apenas consultada em relação a uma decisão que a própria liderança já chegou ali. Acredito que isso aqui é o melhor, deixa eu consultar a equipe. Não, a decisão é tomada pela equipe e o líder é parte dessa decisão. Existe a participação dessa liderança, talvez até conduzindo essa discussão, essa conversa, trazendo a questão à tona, mas a decisão de fato vai ser tomada baseado no consenso da equipe como um todo. Tudo bem? Deu para entender a diferença entre o consultar a equipe e usar o consenso onde a equipe de fato está tomando a decisão? Tudo bem? Se tiver alguma dúvida, não deixa de perguntar pra gente, tá? O nível 5 é o aconselhamento. Então, a equipe apenas consulta a liderança. Olha só, a equipe agora está ocupando uma outra posição, que é a posição de tomada de decisão. Então, a equipe toma a decisão baseado 100% nas próprias opiniões. E o líder, ele é consultado. Então, olha só que interessante. No nível 3, quem é consultado é a equipe. No nível 5, quem é consultado é o líder, é a liderança. Ok? Será que você já trabalhou em alguma empresa onde existia? Resultado é o líder, é a liderança, ok? Será que você já trabalhou em alguma empresa onde existia esse nível de delegação, de autonomia para tomada de decisão? Vamos lá, nível 6 de delegação é o informa-se. É o informa-se. Então, a equipe tem total autonomia para tomar uma decisão e o líder é apenas informado. Olha só como a gente vai tendo o papel da equipe, o papel da liderança quase que sendo invertido, quase que sendo colocado de forma oposta. Então, no começo, a pessoa é informada apenas, mas a decisão já foi tomada. Agora, mais para o final dessa lista dos tipos, é o contrário, a equipe toma a decisão e a liderança é informada. E chegamos finalmente então no sétimo nível de delegação, que é quando a equipe tem total autonomia e talvez a liderança só vai ficar sabendo depois que a decisão já foi comunicada, implementada e que as consequências já aconteceram. É importante lembrar que quando nós estamos falando de liderança, vocês se recordam da nossa aula, das nossas aulas a respeito de estrutura organizacional? Então, isso tem um impacto muito grande sobre a maneira com que uma liderança possui mais autonomia, mais tomada de decisão, mais responsabilidade, mais poder, de certa forma, sobre uma equipe ou outra. Porque se você, por exemplo, é uma liderança, mas você está dentro de uma estrutura matricial, onde possui outras lideranças para aquela mesma pessoa ou para aquela mesma equipe, às vezes tem mais de uma liderança, né? A equipe, ela pode ter um coordenador, mas ela também tem um gerente do projeto e aí ela também tem um gerente do projeto, e aí ela também tem um gerente, cada pessoa vai fazer parte de um departamento e aí tem o seu gerente do departamento. Se você estiver em um contexto onde as pessoas têm mais de uma liderança, primeiro, você precisa ter um bom relacionamento com as outras lideranças. Você precisa ter um bom relacionamento com as outras lideranças. Segundo, você precisa ter clareza de quem toma as decisões relacionadas às tarefas que a pessoa executa, porque você pode ser a pessoa líder do projeto, mas não ser a pessoa responsável por, de fato, delegar as tarefas para as pessoas, ok? E em terceiro lugar, depois de você ter clareza de quem são essas pessoas, dos papéis de cada um desses líderes, quando existe mais de um líder, de uma liderança, você precisa conseguir ter certeza de que todas as pessoas estejam alinhadas em relação àquilo que você entendeu, aquilo que você acredita que é o papel de cada pessoa envolvida. Então, existe uma questão de expectativa relacionada a cada um dos papéis e todas as pessoas precisam saber o que cada papel tem de responsabilidade, de autonomia e de privilégios. Tudo bem? Fez sentido para você esses sete níveis de delegação? Você consegue identificar em qual dos níveis talvez você esteja majoritariamente sendo submetido como um liderado, como uma liderada? E no papel de líder, como estão as distribuições de autonomia em relação às pessoas da sua equipe? A sua equipe hoje possui uma maturidade, uma capacidade técnica para conseguir estar num nível ultra de autonomia? Na sua empresa isso existe porque pode ser que não faça parte da cultura da empresa ter de fato um nível muito grande de autonomia, de tomada de decisão, sem consultar, sem avisar a liderança, ou talvez tomar uma decisão que não seja pela liderança. Enfim, isso vai depender muito da empresa, isso vai depender muito do setor, isso vai depender muito do nível de criticidade, de novo, dos riscos envolvidos nestas tomadas de decisões. Então, quantas vidas estão correndo risco por essa tomada de decisão, né? O quanto a gente consegue realmente deixar que a equipe tome essa decisão e até abro um parênteses rápido aqui para falar sobre algo que é específico de tecnologia, tá? Quando nós estamos falando sobre delegação, principalmente sobre desenvolvimento de software, muitas das vezes nós conseguimos dar mais autonomia para as pessoas quando nós temos uma estrutura tecnológica, quando nós construímos um pipeline, por exemplo, de deploy, onde a gente consegue ter uma garantia ou algumas garantias de que nada vai subir quebrado para a produção, por exemplo. Então, existem empresas que possuem estruturas que consigam assegurar de algumas coisas. Empresas onde você consegue fazer deploy, cada pessoa tem autonomia para poder fazer deploy em produção, por exemplo. E aí existe toda uma camada de validação para garantir que as pessoas não vão fazer algo que esteja fora das regras, dos conformes que foram alinhados dentro da equipe. Então, de novo, algumas coisas são processos, alinhamentos, expectativas e outras coisas são implementações que de fato podem ser feitas para termos garantias de que a gente consegue dar mais autonomia para as pessoas e ensiná-las a responsabilidade já colocando código em produção. Beleza? Fez sentido para você? Então a gente se vê na próxima aula.