Há 11 anos atrás, eu tinha uma amiga muito próxima, por conta do contexto em que nós vivíamos, ela morava no mesmo bairro que eu, ela frequentava os mesmos lugares que eu, e ela se chamava Giovana. E ela tinha uma irmã mais nova, chamada Poliana. Muitas vezes das quais nós nos encontramos, pra tomar sorvete, pra passar tempo, pra jogar conversa fora. Ela estava estudando pra Medicina na época, e a irmã dela era bem pequenininha, ainda estava no ensino fundamental. Numa das vezes que nós nos encontramos, a irmã dela chegou para mim e falou assim, nossa, eu amei a sua boina, eu já gostava de chapéus e de boinas desde aquela época. E na hora que ela me falou aquilo, eu tive quase que um impulso automático de falar, toma, então é sua. E foi literalmente isso. Ela falou, nossa, como eu gostei da sua boina. Queria ter uma parecida, alguma coisa assim. Queria ter uma dessa. E meu impulso natural foi, toma, é sua. E eu presenteei ela, então de maneira extremamente reativa, com aquela boina. Alguns anos se passaram e eu perdi contato com essa amiga Giovana e também, consequentemente, com a sua família. E nesse ano de 2023, eu fui surpreendida por uma mensagem no meu Instagram. Em 11 anos, muita coisa mudou. Eu tenho 10 anos de mercado. E eu comecei a me projetar nas redes sociais e de alguma forma, essa jovem chegou até mim pelo Instagram. E ela me mandou a seguinte mensagem. Olhem só. Provavelmente, tu não vai lembrar de mim, mas tu me deu minha primeira boina. Você era amiga da minha irmã, Giovana, e frequentavam os mesmos ambientes juntas. Lembro que você foi em casa e eu comentei que queria muito uma igual a tua. E tu me deu. Usei muito. E um coração. Essa jovem hoje é estudante de uma federal. E ela me convidou para que eu pudesse levar um conteúdo, levar uma palestra para os outros estudantes daquele mesmo ambiente. Talvez você tenha vivido algo similar na sua vida, de há muitos anos atrás ter feito algo para alguém que gerou uma consequência muitos anos depois. E eu estou contando essa história de um ambiente não profissional para começar a falar a respeito desse primeiro tipo de networking que eu chamei de networking de longo prazo e profundo, genuíno e profundo. Então, esse tipo de rede de contatos, de atitude e de ação que nós fazemos, é quase aquela frase do a gente colhe o que a gente planta. Quase aquela frase do a gente colhe o que a gente planta. Muitas das vezes nós não temos ideia do que nós estamos plantando. Eu não tinha ideia de que essa jovem, anos depois, iria me encontrar e me fazer um convite tão especial. Por algo que aconteceu há tantos anos atrás, que marcou a vida dela, eu até mesmo me esqueci dessa situação, quando ela falou, me veio a imagem na cabeça. Mas eu me esqueci completamente daquilo. A grande questão nisso tudo é que existe uma frase muito boa, que diz que as pessoas não vão se lembrar do que nós dissemos pra elas necessariamente. Elas não vão necessariamente se lembrar de nós, da nossa roupa, de como estávamos vestidos, do que nós fazíamos, dos detalhes a respeito de quem nós éramos naquele momento. Mas elas sempre se lembrarão do que nós as fizemos sentir. De como nós fizemos as pessoas se sentir. Sentir ao nosso respeito e sentir ao respeito dela mesma. Então, essa é uma história apenas para exemplificar. Eu teria milhares de outras histórias, de situações, de coisas que eu fiz no meu passado e que eu nem mesmo poderia imaginar que anos depois eu iria reencontrar essa pessoa, que essa pessoa iria me indicar pra algo. Eu nem estou falando pura e simplesmente dos benefícios, tá? Do convite em si, que sem dúvida é uma consequência inesperada. Mas o tratar as pessoas, o modo que eu trato as pessoas hoje, e quando eu digo as pessoas, eu não estou falando de pessoas apenas desconhecidas, eu estou falando das pessoas mais próximas. Porque naquele momento, essa minha amiga e a irmã da minha amiga, elas eram pessoas próximas. E às vezes a gente acaba negligenciando essa rede de contatos que parte das pessoas mais do dia a dia. As pessoas que já trabalham com a gente, das pessoas que são nossos familiares, das pessoas que já trabalham com a gente, das pessoas que são nossos familiares, das pessoas que são nossos melhores amigos, mas que não necessariamente amanhã serão os nossos melhores amigos. As pessoas que hoje saem com a gente para tomar um café, mas que amanhã não necessariamente estarão no Brasil. Pessoas que hoje trabalham com a gente, mas que amanhã não necessariamente estarão mais trabalhando com a gente, ou porque elas mudaram de emprego, ou porque nós mudamos de emprego, ou porque mudamos de área, de setor, de projeto. As pessoas que hoje nós conversamos, talvez, muitas horas do nosso dia, amanhã podem ser pessoas das quais a gente não troque nenhuma palavra, por conta do contexto que foi modificado. Então, antes de falarmos sobre o tipo de networking talvez mais óbvio na cabeça das pessoas, que é de, nossa, preciso me conectar com alguém que eu ainda não conheço, é se conectar de maneira genuína e profunda com quem eu conheço. Sabendo que aquilo que eu estou plantando hoje, eu vou colher. É um fato, tá? De alguma maneira. Essa pessoa que convive com você hoje, fala a seu respeito. Quando você não está presente, a gente vem falando a respeito disso em todas as aulas, em todos os capítulos. E esse capítulo a respeito disso em todas as aulas, em todos os capítulos. E esse capítulo a respeito de networking, ele sumariza, ele consolida o que nós estamos falando desde o início. Essa construção de rede de networking está diretamente ligada à construção da minha marca pessoal. Então, o que nós estamos fazendo hoje para contribuir, para solidificar a nossa rede de contatos de longo prazo? Qual que é o nível de conexão e interesse que eu demonstro pelas pessoas que estão ao meu redor. Ou eu só vou lá, trabalho, beleza, volto para minha casa e acabou. O quanto eu tenho a consciência e o entendimento de que essas pessoas que estão próximas hoje não necessariamente estarão próximas amanhã. E que, enfim, podem ser pessoas que eu queira indicar para uma oportunidade ou que eu precise delas de alguma forma, preciso de um favor ou preciso de uma indicação, eu preciso de alguma coisa. Ou elas precisem de mim de alguma maneira. Então qual que é o estado desse relacionamento que eu deixarei para o futuro? O quanto eu estou investindo nos meus relacionamentos de longo prazo, ok? Então, você pode pensar não só no amanhã, mas pensar no que eu posso fazer agora. Então, será que eu estou ajudando as pessoas o tanto que eu poderia ajudá-las? Eu estou me dispondo? Ah, mas a pessoa nunca me pediu ajuda. Peraí, mas você já se dispôs a ajudá-la? de novo não com interesse no que ela pode fazer por você amanhã, mas lembrando que tudo que a gente planta principalmente nesse contexto, nós iremos colher então será que você já se dispôs já se colocou à disposição pra ajudar as pessoas que estão ao seu redor? e Já se colocou à disposição para ajudar as pessoas que estão ao seu redor? E delas poderem falar, olha, você está me oferecendo, eu não queria te atrapalhar, mas eu estou precisando de ajuda mesmo. Essa ajuda, um convite para um cafezinho, pode mudar tudo. Pode te dar a oportunidade de conhecer habilidades que essa pessoa possui que você nem sabia que ela possuía. E começar a conectar os pontos. Olha que interessante, né? Às vezes você vai descobrir que aquela pessoa trabalhou numa empresa específica que você gostaria de se conectar com alguém que está lá. Às vezes você vai descobrir que essa pessoa tem uma habilidade, nossa, ela faz frila de alguma coisa que não tem relação com aquilo que ela faz dentro do seu ambiente de trabalho. Eu já descobri por meio de diálogos, de demonstrar de fato interesse em conhecer mais sobre a história da pessoa, sobre aquilo que a pessoa fazia, que a pessoa, ela tem todo um histórico de empreender numa área completamente diferente do que aquela que ela estava trabalhando como programador. E descobri que ela tinha tido uma empresa de organização de eventos de casamento e ela tocava nesses eventos e organizava esses eventos e ela teve essa empresa por anos. Uma pessoa que tinha um enorme domínio de fotografia e audiovisual, mas naquele momento estava trabalhando como programador e programadora. E aí a gente começou então a identificar pontos em comum. Eu sou apaixonada por fotografia e a gente começou a perceber que aquilo era um ponto que a gente poderia explorar e fortalecer o nosso relacionamento. Então o que teoricamente seria, pura e simplesmente, o nosso dia a dia de trabalho e a programação em comum, nós percebemos que existia mais coisas em comum entre nós, que poderiam estreitar os nossos relacionamentos. E o amanhã, bom, ele será fruto do que eu estou plantando hoje. Tudo bem? Então, esse é o primeiro tipo de networking que nós precisamos cultivar. A pergunta principal é, o que eu estou fazendo para cultivar os meus contatos, a minha rede de contatos de longo prazo? Eu estou me dispondo, por exemplo, a ajudar as pessoas? É uma forma. Chamar as pessoas para conversar periodicamente, tentar manter contatos frequentes com essas pessoas, é uma ótima pedida, é uma ótima atitude que você pode tomar. Buscar conhecer as pessoas de maneira mais profunda, demonstrar interesse por elas. Chama a pessoa para bater um papo, para tomar um café, para fazer o one-on-one, conhecer mais sobre a história, a trajetória dela. Tente descobrir mais coisas do que pura e simplesmente aquilo que você já sabe a respeito dela. Ok? Então, essas são algumas dicas do que você pode fazer em relação à sua rede de contatos de longo prazo. Esse é um tipo de networking, tá? Na próxima aula, eu quero trazer alguma prática pra você. Então, aqui eu dei algumas dicas, estamos falando teoricamente, né? O que é esse tipo que eu chamo de networking de longo prazo. Pra trazer um pouco de reflexão, insight, provocação pra gente. Nossa, será que eu estou cuidando da minha rede de contato com qualidade? Então, vamos, na próxima aula, trazer um pouco de prática. Eu quero te convidar pra fazer, de maneira prática, um impacto relevante na sua rede de longo prazo. E a gente se vê na próxima aula.