Já que falamos um pouco a respeito da dimensão verbal, sobre escolhermos palavras e termos preocupação se a pessoa do outro lado ela realmente está conseguindo compreender, tivemos atividades práticas em relação a isso, então vamos falar um pouquinho a respeito da nossa voz. Existe um universo gigantesco a respeito da voz, que envolve tanto tom de voz, volume, dicção. E eu quero escolher um tópico desse para a gente poder trabalhar nessa aula, que é a dicção. Muitas pessoas veem quase que a sua musculatura travada na hora de falar. E isso tem tanto a ver com a questão de credibilidade, na maneira com que as pessoas vão olhar para você e ver credibilidade no que você está dizendo, quanto na compreensão das pessoas que estão te ouvindo. Então, você pode estar falando algo super interessante, mas estar falando de um jeito extremamente embolado. Ou talvez até porque você está nervoso, nervosa, ansioso, ansiosa. Então, existem alguns treinos super divertidos, eu diria, que podem contribuir com você no seu desenvolvimento da sua dicção. Existem alguns que a gente chama de trava-línguas, são os famosos trava-línguas, mas eu gosto sempre de pegar aqueles que são mais difíceis. E você vai perceber que os trava-línguas, eles vão ter níveis de dificuldade para cada pessoa. Então, uma pessoa, ela pode ter dificuldade em um determinado som, enquanto outra pessoa vai achar super fácil esse treino, mas aquele outro, ela vai ter dificuldade. Por quê? Porque ao longo da nossa vida, por exemplo, se você é uma pessoa do Rio de Janeiro, você vai ter um S e um R muito trabalhado dentro daquele sotaque. Se você é de São Paulo, você vai ser trabalhado de uma outra forma nesses sons, certo? Sua musculatura foi treinada uma vida toda para falar com aquele sotaque. Se você é de Belém do Pará, você vai falar de um jeito diferente. Se você é de Belo Horizonte, você vai falar de outro jeito. Se você é do Rio Grande do Sulonte você vai falar de outro jeito, se você é do Rio Grande do Sul, você vai falar de outro jeito, enfim, dependendo de onde você nasceu, cresceu viveu mais tempo, dependendo da forma como seus familiares falam você foi influenciado a pronunciar as palavras e se acostumar, acostumar a sua musculatura a pronunciar determinados sons com mais facilidade. Isso acontece com idiomas também diferentes. Então, uma pessoa que quer aprender inglês, ela vai ter que desenvolver alguns sons ali que talvez ela não esteja acostumada. O R, por exemplo, se o R dela é um R mais tipo porta, uma pessoa fala porta, quando ela vai aprender inglês, ela tem que desenvolver um R um pouco diferente, certo? Sorry. Ela vai ter que desenvolver esse R que ao longo da vida dela não foi trabalhado, mas que é plenamente possível. Vai aprender italiano? No italiano só tem um tipo de R, que é o R, que eu brinco que é o R do Kiko, né? Que é Rá, né? Então, as palavras do italiano se utilizam desse R. Vai aprender francês, mesma coisa, vai aprender qualquer idioma. Ele tem sons específicos. Aqui no Brasil, a gente tem uma variação gigantesca, por exemplo, nos sons do R. Mas cada região acaba salientando mais. Qual que é a importância disso? Isso vai gerar um costume, uma memória na nossa musculatura. E só pra fala, são mais de... Quantos músculos, gente? Eu acho que são mais de 70 músculos envolvidos pra gente poder falar. É muito bizarro, assim. Se você quiser jogar aí no Google, fisiologia vocal. Eu não vou entrar em níveis de profundidade, tá? É só um capítulo mesmo pra falar de comunicação, mas, assim, teria milhares de coisas pra falar pra vocês interessantes a respeito da voz. Uma delas é a fisiologia vocal, né? Por que que a nossa voz é da forma que é, por exemplo? Por que que a nossa voz, por que a minha voz é mais grave do que a maioria das mulheres? Por que que talvez a sua voz seja mais aguda do que outras pessoas? Existe uma explicação pra isso, biológica, né? Não só biológica, mas de costume, de decisão ao longo da sua vida de maneira inconsciente, influência tem muita coisa legal pra gente falar sobre voz mas a nossa voz, de maneira geral ela só acontece por conta de um sistema da fisiologia vocal, que a gente chama de fisiologia vocal, que tem como protagonista as nossas pregas vocais. Então, dentro da nossa laringe, aqui, quando você fala, por exemplo, você percebe, coloca o dedinho aqui no seu pescoço, quando você fala, você percebe que existe uma vibração, né? Quando você fala, e só um testando, qualquer coisa que você fale, acontece uma vibração aqui na sua garganta, né? Aqui no seu pescoço. Isso é a laringe. Dentro da nossa laringe tem aquilo que a gente chama de pregas vocais, que tem uma fissura, a nossa prega vocal. Vou falar de maneira muito, muito simplificada. A gente tem basicamente duas peles ali, que elas vibram. Elas vibram conforme a passagem do ar. Por isso que você sente vibrando. É a sua prega vocal vibrando. A gente tem a mucosa ali e ela então começa a vibrar. Essa vibração gera uma massa. Uma massa sonora. Essa massa sonora por si só, ela não gera o som. Mas ela precisa ter alguma ressonância, algum local onde ela possa ressoar. E essas nossas caixas de ressonância são a nossa cabeça. Aqui na nossa cabeça a gente tem várias caixas de ressonância. A gente tem a caixa de ressonância nasal, por exemplo, que a gente chama. A gente tem as pessoas que falam com a laringe mais baixa, que a gente fala que é a voz de peito. Então, existem várias caixas de ressonância. Quando a gente faz aula de canto, por exemplo, a gente começa a entender um pouco mais sobre peraí, mas qual que é o som que a gente quer ressoar, né? Como que a gente quer? A gente quer cantar mais anasalado? A gente quer cantar mais com a voz de cabeça? A gente quer cantar mais com a voz de peito? Então, tem variações. E quanto mais a gente aprende a ferramentas diferentes para a gente poder soar diferente dependendo do contexto, tá? Então, entendendo um pouquinho sobre como a voz funciona, tudo isso é músculo, né? Nossa prega vocal, a nossa bochecha, a nossa língua, tudo isso é músculo. E os nossos músculos têm uma capacidade incrível de criar memória. Aquilo que a gente vai treinando, né? Ela vai criando, então, uma memória. Outra capacidade que os nossos músculos têm, e você, talvez, que goste de academia, saiba disso mais do que eu, que não faço. Deveria fazer, mas não faço. Que é os nossos músculos, eles podem ser treinados, certo? Os nossos músculos podem ser treinados. Os nossos músculos podem ser treinados. Os nossos músculos se fadigam, se cansam. Nosso músculo precisa ser aquecido. Nosso músculo precisa ser desaquecido. Então, assim como você faz lá na academia ou em qualquer atividade física que você opte, é a mesma coisa que acontece com a nossa musculatura da voz. É tudo músculo, gente. A nossa voz, ela acontece por conta de diversos músculos, tá? Muitos músculos envolvidos dentro da fisiologia vocal. Então, devido a isso, a gente tem como treinar a nossa musculatura para conseguir falar com mais clareza os sons, tá? E aí, dentro dessa gama de treinos, então, explicada, explicada a parte teórica, vamos para a atividade prática, que é, a gente pode começar com os trava-línguas. Mas tá, e trava-língua não é coisa de criança? Gente, eu fiz curso de locução de rádio e eles nos ensinaram isso lá, eu fiz curso de vendas e eles nos ensinaram isso lá, eu fiz curso de canto e eles nos ensinaram isso lá. canto, nos ensinaram isso lá. Então, eu diria pra você que é pra adulto, sim, é um treino, né? Claro que depende muito da sua intenção, se é só brincar, é só brincar, mas se você tem a intenção de trabalhar sua musculatura, os trava-línguas funcionam muito bem. Então, o primeiro trava-língua que eu trago pra você é um trava-língua simples, curtinho, que é bagre, branco, branco, bagre. Bagre, branco, e aí mexa bastante a sua musculatura, tá? Abra bastante a boca. Bagre, branco, branco, bagre. E aí você pode ir treinando fazer cada vez mais rápido. Bagre, branco, branco, bagre. Bagre, branco, branco, bagre. Bagrere branco branco bagre bagre branco branco bagre bagre branco bagre é bem possível que você fale Braga Braga é numa primeira vez numa primeira oportunidade porque é normal porque talvez a sua musculatura não esteja acostumada com essa fonética mas fonema com esse som tá então é e eu recomendo que você treine todos os dias, se você puder, cinco minutinhos por dia, antes de uma reunião, isso é um aquecimento também para a sua musculatura. Então, bagre branco, branco bagre. Outro trava-língua super legal e que toca em outro fonema, outro som, que você pode ou não ter dificuldade, que é casa suja, chão sujo. Casa suja, chão sujo. E aí você pode fazer várias vezes. Casa suja, chão sujo. Casa suja, chão sujo. Casa suja, chão sujo. Beleza? Outro trava-língua bem bacana, ele é um pouco mais longo, então eu vou deixar todos eles aqui escritos pra vocês também. O desin mais longo, então eu vou deixar todos eles aqui escritos pra vocês também o desinquivincavacador, eu vou falar ele rápido primeiro, tá? O desinquivincavacador das caravelarias, desinquivincavacarias cavidades que deveriam ser desinquivincavacadas então falando um pouquinho mais devagar o desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacador das caravelarias. Desinquivincavacaria as cavidades que deveriam ser desinquivincavacadas. Beleza? O próximo trava-língua, exercício de dicção é um longo também. Vou falar ele rápido e depois eu falo ele devagar o bispo de Constantinopla é um bom desconstantinopolitanizador quem o desconstantinopolitanizar um bom desconstantinopolitanizador será agora devagar o bispo de Constantinopla é um bom desconstantinopolitanizador. Quem o desconstantinopolitanizar, um bom desconstantinopolitanizador será. Ok?