Tem uma frase muito legal que diz o seguinte, as pessoas talvez não se lembrem exatamente as palavras que você usou com elas. Talvez as pessoas não se lembrem exatamente a roupa que você estava vestido numa determinada ocasião em que vocês se encontraram, num ambiente de trabalho que seja, a ocasião exata, o momento exato, a hora exata. Mas as pessoas sem dúvida se lembrarão da forma com que você as fez se sentir. E essa reflexão para iniciar essa aula é muito importante, porque esse é o segundo aspecto do nosso cérebro que se relaciona à escutativa. Nós, quando fazemos o exercício da aula anterior de tentar recordar aquilo que a pessoa falou nos últimos minutos, nosso cérebro, ele sempre vai se recordar daquilo que passa pelo seu filtro emocional, daquilo que mais mexeu emocionalmente com você. Então, é proporcional às emoções causadas. Então, é proporcional às emoções causadas Talvez a gente se lembre mais de um filme que causou mais impacto em nós Mais emoção em nós Que deixou a gente extremamente feliz Ou talvez a gente extremamente aterrorizados Ou extremamente tristes Assim também é nas nossas relações Talvez eu lembre muito mais de um diálogo, de uma conversa com uma pessoa, da qual ela me deixou muito chateada. Mais até do que daquelas das quais eu saí tranquila, normal, com mais naturalidade, me sentindo normal, me sentindo bem. Então, o nosso cérebro, ele é um cérebro muito emocional, ele está ligado diretamente aos picos de emoção, sejam positivos ou sejam negativos. Por isso, quando você vai fazer uma apresentação, a gente precisa trabalhar essa questão de quais as emoções que a gente quer causar nas pessoas e se utilizar disso no meio dessa apresentação. Quando nós vamos dialogar com alguém, nós precisamos entender qual é a emoção ou buscar pelo menos entender qual é os sentimentos que nós estamos causando na outra pessoa, com a escolha das nossas palavras, com a nossa linguagem corporal, com o nosso tom de voz. Às vezes o que eu estou falando é maravilhoso, melhor das intenções, mas talvez eu esteja utilizando um tom de voz que para outra pessoa vai soar muito agressivo, vai soar autoritário. Ou talvez eu me utilize de uma expressão que para mim possa significar algo tranquilo, mas para outra pessoa pode soar ofensivo. Então, isso na posição de quem fala. Na posição de quem escuta, eu preciso ter consciência de que aquilo que eu vou me lembrar passa pelo meu filtro emocional. Passa pelo meu filtro de que eu não vou me lembrar de tudo o que a pessoa me disse. Eu vou me lembrar daquilo que de alguma forma teve algum impacto na minha emoção. Vou dar mais um exemplo para você. Isso existe tanto nas nossas experiências de trabalho, na educação, nas nossas relações pessoais. Você se recorda de algum professor ou professora da sua infância que tornava aquela matéria que talvez era muito chata para você como algo extremamente divertido? Talvez um professor que criava uma música, um professor que usava de humor, fazia piadas, um professor que realmente te marcou, uma professora que te marcou muito. Provavelmente não foi por conta da matéria, mas foi por aquilo que ela causou em você emocionalmente. A gente não se lembra necessariamente do nome, do sobrenome de todos os professores que nós tivemos ao longo do nosso ensino fundamental, ensino médio, na nossa faculdade, por exemplo. Mas alguns nos marcaram. E não necessariamente pelo conteúdo das suas palavras, mas pelas emoções que eles nos causaram. Então, é importante que você saiba que quando nós estamos nessa posição da escuta ativa, nós precisamos entender que aquilo que nós capturamos e armazenamos, em geral, está atrelado às emoções que são causadas. Então, a pessoa fala algo e aí o nosso cérebro, olha só, ele vai entender como mais importante algo que não necessariamente é o que para a pessoa que disse era o mais importante. Eu vou salientar aquilo que me toca emocionalmente, mas que talvez para outra pessoa não era aquilo que ela queria salientar. Ok? Já vi discussões onde a pessoa falava assim, não, mas você está focando em algo que não é o que eu queria que você focasse. Por quê? Porque de alguma forma aquilo impactou ela mais emocionalmente do que aquela parte que quem verbalizou gostaria que ela focasse. Porque nós somos seres emocionais. Entendido isso, vamos então para a nossa próxima aula, onde eu vou falar sobre o terceiro aspecto que a neurociência nos traz para entendermos essa posição da escuta ativa.