Vamos começar falando a respeito das formas de compartilhar conhecimento e ensinar no mundo offline primeiro, ok? Então vamos lá. A primeira que você pode facilmente conseguir um espaço é você começar ensinando as pessoas que estão ao seu redor. Sejam pessoas que trabalham com você, sejam amigos, onde você possa se posicionar como alguém que compartilha um conhecimento específico que você possui com as pessoas mais próximas. Então você pode chamar seus amigos e falar assim, olha eu queria compartilhar o que eu estou estudando, que pode ter relação com o que você trabalha ou não. Eu tenho um amigo por exemplo, que ele é bem referência dentro da empresa dele por ser uma pessoa que está sempre compartilhando conhecimento, sempre se dispondo a ajudar as pessoas, tanto do mesmo nível de senioridade, quanto de outros níveis de senioridade. Então, ele está sempre se dispondo. E aí, nas oportunidades que ele tem de reunir um grupo de pessoas para compartilhar um conhecimento, às vezes nem tem tech talk interna, aquelas palestras internas, não faz parte da cultura e dos processos internos da empresa, mas ele já chamou uma palestra interna para poder ensinar ao que ele percebeu que existia uma deficiência, uma falta de determinado conhecimento nas pessoas que tinham acabado de entrar na empresa, as pessoas estagiárias, juniores. Então ele falou, por que eu não vou, por que eu não faço um workshop, um treinamento de algumas semanas para contribuir com a evolução dessas pessoas? E ele fez, ele falou com a liderança, ele compartilhou essa ideia que ele tinha e ele conseguiu executar com maestria. Então ele elevou o nível de qualidade técnica das pessoas envolvidas e ainda conseguiu projetar, se projetar e trabalhar de maneira intencional a sua reputação e sua construção de marca, tá? Então você pode começar no offline com as pessoas do seu trabalho. Quando eu falo offline é porque é diretamente ali com as pessoas, né? Principalmente no presencial, mas você pode fazer isso no online também, sem problema nenhum. Então, ensinando seus amigos, colegas de trabalho. A próxima são as tech talks internas, principalmente para empresas que possuem isso como uma cerimônia, como algo recorrente. Então, tem empresas que uma vez por mês tem um espaço para que as pessoas possam compartilhar sobre algum projeto, sobre algum desafio técnico. Você pode se voluntariar. Se na sua empresa não tem, você pode construir isso, trazer como uma iniciativa, como uma ideia. Ter esse tipo de iniciativa também é algo que posiciona você muito bem. Agora, se já existe, você pode se voluntariar. Pode submeter uma proposta de conteúdo e compartilhar. Isso já vai te desafiar em vários níveis. Se você, por exemplo, não tem o costume de compartilhar conhecimento em público, vai te desafiar a isso. Você também será desafiado a construir de maneira lógica e racional uma linha de raciocínio ali, de como você começa mostrando aquele problema que você vivenciou, como você vai desenrolar, como você vai desenvolver essa explou, como você vai desenrolar, como você vai desenvolver essa explicação e como você vai concluir, né? Basicamente, dividindo nessas três etapas da sua apresentação. Então, vai ser um desafio super legal. E no meio disso, provavelmente, você vai perceber que você vai aprender mais ainda sobre aquela vivência que você teve. Quando você precisa explicar para alguém, você acaba aprendendo mais e mais. Você consegue sistematizar aquele seu conhecimento, tá? O próximo são meetups. São encontros organizados por comunidades ou até mesmo por empresas, outras empresas. Então, esses meetups, que são encontros em geral pequenos, e quando eu digo pequenos, é perto de conferência, né? Existem, sem dúvida, meetups com 100 pessoas, mas a maioria possui um número menorzinho. Na sua cidade, provavelmente, existem comunidades que organizam esses encontros em locais que abrem espaço gratuitamente para que essas comunidades possam, então, se reunir, reunir profissionais de tecnologia. E sempre tem uma grade de conteúdo, pessoas que estão dispostas a compartilhar conteúdo. O começo da minha carreira foi compartilhando conhecimento em meetups, foi organizando meetups, mas eu já falo um pouco mais sobre isso. Então, muitas pessoas começam nesses meetups menores antes de submeter para palestras, para conferências maiores. É um ótimo lugar tanto para você fazer networking, para você treinar a sua comunicação, quanto para você também se projetar e compartilhar o seu conhecimento ali, já fazendo parte da sua construção de autoridade e reputação. A próxima possibilidade, aí já são eventos maiores, então a gente está indo dos menores ambientes para os eventos de maior exposição, para uma audiência maior, então existem diversas conferências, tanto nacionais quanto internacionais, que abrem espaço para que as pessoas possam submeter as suas palestras então, eu já fui muito convidada para palestrar em eventos isso é uma possibilidade conforme você vai se projetando conforme você vai conhecendo as pessoas, você pode pedir, olha eu gostaria de palestrar aí, e aí às vezes eles vão te direcionar para o call for papers ou porque você de alguma forma já construiu uma certa autoridade e eles te convidarem diretamente então a pessoa viu você palestrando no meetup e a organizadora da conferência fala, olha eu gostei muito da sua palestra, você pode trazer esse conteúdo aqui? Que legal, né? Então, uma oportunidade pode conectar com outras oportunidades, outros convites, outras possibilidades, beleza? Então, submissão de Call for Papers, e eu recordo e até quero mencionar aqui, tem uma pessoa chamada Eric Wendel, no universo tecnologia, que ele compartilhou um pouco sobre essa jornada dele de submissão de palestras internacionais. Então ele palestrou em grandes eventos de JavaScript e Node mundiais, foi para Israel recentemente, já foi palestrar várias vezes nos Estados Unidos e tudo mais. Ele já foi palestrar em meetups no Vale do Silício, esses eventos menores, já foi palestrar em grandes conferências também na Europa ele passou por vários países e ele conta que ele submeteu pra tipo sei lá não vou arriscar falar o número, mas era um número muito grande e ele foi aprovado em décimo desses eventos dos quais ele submeteu então aprender a receber não também é super importante, por quê? porque eu tô submetendo, eu construo uma palestra construo um título, construo uma descrição às vezes eu posso fazer um vídeo para poder submeter se tiver isso no campo no formulário ali e eu submeto se eu serei aprovado ou não não sei, eu já fui desaprovada já fui recusada em eventos que eu submeti palestra, e está tudo bem. Numa outra oportunidade, eu fui convidada sem precisar de submissão. Então, naturalmente, essas oportunidades vão surgindo, mas você pode ser uma pessoa proativa. E isso, sem dúvida, vai fazer uma baita de uma diferença na sua jornada. Eu tive a oportunidade, o privilégio, o prazer de fazer parte de uma comunidade, de organizar e ser líder de uma comunidade em Campinas, chamada GDG Campinas, Google Developer Group Campinas. E eu lembro que no primeiro ano que eu fui convidada pelo Douglas Drummond para fazer parte da organização, em 2016, a gente já organizou uma conferência. Foi uma conferência super simples dentro da Unicamp, do Instituto de Medicina da Unicamp, a gente utilizou um corredor e um salão nobre, a gente fez duas trilhas simultâneas, enfim, muita experiência pra contar, muitas vivências relativamente até engraçadas que a gente viveu, e ali foi a minha primeira conferência, depois dessa vieram outras 12 conferências que eu tive a oportunidade de organizar, aí Depois dessa vieram outras 12 conferências que eu tive a oportunidade de organizar, aí já dentro de um hotel, com uma estrutura um pouco melhor, né, com muito mais gastos envolvidos, também empresas patrocinando que proporcionaram essa possibilidade. Mas por que eu tô mencionando isso? Por dois motivos. Primeiro porque como organizadora do evento, eu nunca palestrei em um evento meu, eu nunca levei conteúdo em uma conferência que eu estava organizando, isso é uma premissa foi sempre uma premissa minha só palestrava em eventos e conferências organizadas por outras pessoas mas nos eventos que eu organizava eu estava ali na posição de criar ambientes para que as pessoas possam compartilhar o seu conhecimento e eu tinha um desafio muito grande como todo organizador de eventos de tecnologia, que era conseguir trazer mulheres muito boas para a grade de conteúdo. Isso é um desafio muito grande porque o número de mulheres em tecnologia é muito menor e o número de mulheres com um conhecimento master, uma pessoa que é mestre em determinado assunto é ainda mais difícil então possui algumas pessoas muito salientes no mercado que acabam se destacando e acabam sendo muito disputadas e aí eu lembro que teve um call for papers que eu abri e que uma pessoa submeteu, uma mulher submeteu ela nunca tinha palestrado na vida e eu lembro quando eu vi o descritivo eu tava fazendo ali a escolha de quem quem seriam as pessoas, fazendo o que a gente chama de curadoria dessas submissões, eu lembro que eu gostei muito do conteúdo dela, se não me engano era sobre Angular na época, e a gente tinha uma trilha de front-end dentro da conferência, tinha trilha de front-end, de back-end, de UX, de mobile, e para a trilha de front-end, de back-end, de UX, de mobile. E pra trilha de front-end, eu lembro que eu convidei ela pra palestrar. Foi a primeira palestra da vida dela, ela disse que ela tava muito nervosa, que ela tentou organizar ali o que ela tinha aprendido, que era importante pra ela e tudo mais. E pasmem, essa mulher se tornou uma potência de compartilhamento de conhecimento. Foi a primeira palestra da vida dela, mas de longe não foi a última. Foi a primeira de muitas. Anos depois, ela recebeu um título do Google como Google Developer Expert, de tanto que ela estava compartilhando conhecimento. Então, aqui eu estou falando sobre a questão de call for paper, sobre a questão de submissão de palestras. Ela submeteu e a partir daquele aceite. Ela então começou. Ela se sentiu motivada. A conseguir mais palestras. Fazer mais palestras. Ela começou a submeter para mais eventos. E isso foi transformando a carreira dela. Transformando em vários aspectos. Não só em exposição, reputação. Mas em oportunidades e convites e tudo mais, e ela como uma mulher em tecnologia se tornou uma grande referência nesse universo, não só como uma mulher em tecnologia, por ser mulher, que a gente sabe que existe uma escassez de mulheres na área de tecnologia, principalmente mulheres com alto nível de senioridade, mas também como uma mulher negra em tecnologia. Fantástico, e eu tenho muita alegria de fazer parte dessa trajetória, dessa história dela, tá? Então, submeta palestra, é uma outra possibilidade, submeta, envia suas propostas, pense numa palestra antes, né, e comece a submeter, e você pode submeter a mesma palestra em vários eventos, tá? Recomendo que você faça isso, lembre começa a submeter e você pode submeter a mesma palestra em vários eventos, tá? Recomendo que você faça isso. Lembre do que eu contei a respeito do Eric Uendo. Sai submetendo e eu acredito que alguma delas vai ser a sua primeira palestra e a primeira de muitas, ok? E a minha última dica para esse universo do offline, né? Principalmente do presencial, é organizar a comunidade. Então agora, de tudo que eu contei pra vocês, agora vamos pensar do outro lado, né. Eu como uma pessoa que estava organizando eventos, organizando comunidade, organizando conferências e meetups, eu também tinha a oportunidade de me projetar e eu nem sabia que eu estava fazendo isso. Eu só fui descobrir isso muitos anos depois quando convites de trabalho começaram a chegar pra mim por conta da comunidade, quando eu fui premiada pelo Google ali com viagens pro Vale do Silício. Então eu organizava as conferências, eu era muito intensa nisso, eu gostava muito de organizar esses ambientes como eu falei, eu nunca palestrei desses ambientes, mas o meu nome começou a correr por aí, como uma pessoa que organizava com qualidade eventos para que outras pessoas pudessem palestrar e os benefícios de organizar comunidade, gente são inúmeros, então além dessa projeção que existe eu fazia abertura apresentava ali a comunidade, mas porque ninguém mais da comunidade queria apresentar aos poucos eu fui treinando outras pessoas para fazerem isso também, mas no começo eu que fazia eu fazia aquela aberturinha, apresentava o palestrante e tudo mais mas também tem outras questões, como por exemplo networking, então as pessoas que eu conheci por meio dos eventos tanto participantes quanto palestrantes por ter uma comunidade, eu acabava conseguindo chegar em algumas pessoas e falar assim Oi, tudo bem? Você pode vir palestrar aqui em Campinas? Você não me conhece, mas a comunidade aqui ama o seu trabalho, ou a comunidade gostaria muito que você viesse aqui. E aí eu acabava conhecendo essa pessoa. Por quê? Porque eu estava trazendo ela pra minha cidade, que eu estava trazendo ela para a minha cidade, eu estava dando uma oportunidade para ela, ela se sentia honrada. Nas conferências, então, gente, já teve gente de Big Techs palestrando dentro dos nossos eventos, que anos depois eu nem sabia que ia me receber no Vale do Silício, por exemplo. Então, organização de eventos é um ambiente, gente, que potencializa a sua rede de contatos, tá? Tanto a sua imagem quanto a rede de contatos. E eu não tinha a menor noção disso naquele momento, mas anos depois eu comecei a colher os frutos do que eu estava plantando e eu não tinha nem noção disso, tá? Então, organizar a comunidade, organizar eventos, é uma ótima escolha, é uma ótima pedida. Se você tiver a oportunidadeidade às vezes você pode entrar como ajudante em alguma comunidade inicialmente se você tiver algum tipo de disponibilidade e aos poucos você vai contribuindo mais até você fazer parte da organização, depende muito dos locais onde você está. Ah, Thaisa, mas será que aqui na minha cidade tem? Não sei não conheço muitos repositórios de comunidades, eu tentei fazer um repositório de comunidade, que era o comunidades.tech acho que era isso, ele está sob domínio da Impulse, que eu construí na época que eu trabalhava lá, acho que é o comunidades.tech não sei se ainda está no ar, mas qualquer coisa eu coloco aqui no material para vocês mas existe um repositório de comunidades que é o do GDG, aí é específico sobre essa comunidade, como o GDG a gente não fala apenas das tecnologias Google, a gente fala de tudo que é tipo de tecnologia, mas sem dúvida é um programa do Google. E aí no site do Google Developers Group tem um mapa com todas as comunidades. Eu lembro que há pouco tempo atrás, quando eu olhei, tinha mais de 75 comunidades espalhadas pelo país. Eu tive a oportunidade de conhecer organizadores das comunidades do país todo. Quando a gente se reúne no Google para fazer a nossa reunião anual, a gente tem a oportunidade de conhecer pessoas de outros lugares. Então, já conheci pessoas que organizam a Comunidade do Espírito Santo, já fui pra Manaus, já fui pra Belo Horizonte, já fui pra Goiânia, já palestrei na Avenida de Rio Verde, Goiás, já fui pro Sul também, conheço muita gente ali de algumas cidades do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, do Paraná. Então, Rio de Janeiro também tem muitas comunidades em cidades diferentes ali. Em São Paulo a gente tem, né, em várias cidades. A gente tem o de Campinas, mas a gente tem São João da Boa Vista. A gente tem de São Paulo, capital. Então tem comunidade em todos os lugares, tá? Eu acredito que se não tiver na sua cidade é uma ótima oportunidade pra você começar. Mas dê uma olhadinha antes porque pode ser que já tenha uma determinada comunidade que você pode contribuir com ela, ou ela pode contribuir com você criar uma nova comunidade que talvez abranja temas das quais a comunidade existente ainda não faça, tá? Então, falei aqui de possibilidades offline, vamos lá. Primeiro é ensinar para amigos, colegas de trabalho. Segundo, tech talks internas, estruturadas ou sugerir que isso aconteça, que comece a acontecer na sua empresa. Meetups, eventos de pequeno porte, call for paper de conferências nacionais e internacionais. E por último, organizar comunidades e organizar eventos. Cada uma delas vai requerer de você, sem dúvida, um nível de disposição, coragem, sair da sua zona de conforto, nível de organização, de preparo diferentes. E você pode fazer isso de maneira gradativa, não precisa pular, saltar direto para uma conferência, por exemplo. Mas se você quiser, você tem toda a liberdade. Aqui, a minha ideia é trazer insights, e que conforme eu diga esses insights, você já comece a pensar no que você vai fazer para, o que você vai começar a fazer para se projetar, tá? São muitas as possibilidades do offline e em breve nós falaremos sobre as possibilidades no online, que também se você achou que são muitas as possibilidades no offline você vai ver que as possibilidades no online são ainda maiores, ok? A gente se vê então numa próxima aula.