Esse capítulo se chama Se Permita Ser Visto, mas Thay, se permita ser visto por quem? Eu quero trazer aqui, antes de qualquer coisa, salientar que construção de marca é algo muito diferente de ter muitos seguidores. Eu venho falando isso desde o início e é importante salientar. Então, a gente tem três níveis, basicamente, de intimidades que eu consigo mapear aqui ao longo da nossa jornada, que a gente projeta a nossa construção de marca. A primeira é para os nossos familiares e amigos mais próximos. Essas pessoas pensam algo a nosso respeito que também é relacionado aos sinais que nós emitimos. A grande questão é que essas pessoas têm um nível maior de intimidade, conhecem a nossa história, conhecem talvez nossos desejos mais profundos, os nossos percalços, viveram conosco questões, situações, nos viram reagindo em diversos cenários. Enfim, essas pessoas nos conhecem com maior nível de intimidade e profundidade. Agora, essas pessoas também têm uma imagem a nosso respeito. Também têm uma reputação. A nossa família ao nos descrever, elas nos descrevem utilizando adjetivos. E se a gente puder saber quais são eles, melhor ainda. E essas pessoas, nossos familiares, também impactam o próximo nível. Principalmente se eles tiverem meios de contato com as pessoas que estão em menor nível de intimidade. Então, para muitas pessoas, conhecer você, conhecer seus parentes... Bom, então eles estão conhecendo pessoas que te conhecem de maneira mais profunda, então a opinião dos seus parentes, dos seus amigos mais próximos em relação a você, tem um peso muito grande, né? Então, se você é indicado numa empresa por um amigo pessoal, uma pessoa muito próxima, é diferente de você ser indicado por um colega, uma pessoa que você viu algumas vezes na sua vida e tem um menor nível de intimidade. E o próximo nível, então, qual que é? Depois dos familiares e dos amigos. São principalmente seus colegas de trabalho, que podem ser seus amigos, mas, em geral, os nossos amigos de trabalho, eles são mais circunstanciais. São poucas as pessoas que a gente tende a levar, mesmo que a gente deixe aquele trabalho, né? Isso não significa que é impossível, sem dúvida. Eu tenho vários amigos que continuaram sendo meus amigos depois que eu deixei um determinado trabalho, mudei de emprego, ou eles mudaram de emprego e a gente continuou amigos, continuou próximos, né? Então, isso acaba acontecendo, sem dúvida. continuou próximos, né? Então, isso acaba acontecendo, sem dúvida. Mas, existe também a possibilidade de a gente mudar de emprego, de mudar de empresa, e a gente acabar deixando amigos lá, deixando colegas, pessoas que não vão fazer mais parte do nosso círculo de amizade, e era algo muito mais circunstancial. Então, a gente saía para jantar, mas era por conta de estarmos trabalhando na mesma empresa. A gente pegava carona, mas era por estar trabalhando na mesma empresa. A gente tomava café da manhã todos os dias juntos, fofocava, né? Contava detalhes da vida e etc. De maneira circunstancial. Tem até pessoas que abrem muito da sua vida para pessoas que são apenas colegas circunstanciais. E aí depois, quando saem daquele ambiente, já deixaram um monte de informação ali que talvez não seria tão interessante, tão relevante. Mas às vezes, pela circunstância, é extremamente natural, tanto no ambiente de trabalho, quanto em outros ambientes, como colégio, faculdade, a gente se aproximar de pessoas que estejam, isso é até psicologicamente comprovado, pessoas que estão vivendo a mesma pressão, a mesma circunstância que nós, a gente acaba se aproximando delas pra compartilhar essas angústias, tá? Então, naturalmente, a gente se aproxima de pessoas de maneira circunstancial e aí quando a gente sai daquela circunstância, muitas das vezes a gente não leva essas pessoas com a gente, beleza? Então, esse é o segundo nível, né? As pessoas que estudam, trabalham e convivem com a gente, muitas das vezes até mais do que os nossos familiares, porque sei lá, você passa oito horas do seu dia dentro de um escritório, volta pra casa acaba vendo as pessoas que moram com você algumas horas e dorme, ou vai estudar, vai no seu quarto estudar, né? Então, tem muitas pessoas que acabam vendo muito mais as pessoas do seu trabalho do que as pessoas que moram com você. Ok? Essas pessoas têm um nível menor de intimidade contigo, mas elas também conhecem muito a seu respeito das suas reações, do seu dia a dia. Claro que no ambiente de trabalho a gente acaba sendo um pouco mais às vezes mais assertivo, a gente acaba demonstrando ali algumas habilidades, a gente mostra algumas faces nossas que pra uma pessoa da nossa família a gente acaba mostrando uma face um pouco mais sensível, um pouco mais frágil algumas pessoas tendem a separar bem essa o que a gente demonstra no ambiente de trabalho, o que a gente demonstra pros nossos familiares e amigos já tem pessoas que não elas são as mesmas independente do contexto seja com uma liderança, seja dentro do ambiente de trabalho, seja na sua casa, seja com seus amigos, enfim então existem essas variações ou não, depende de cada pessoa e é interessante você buscar entender se você tem um comportamento tão diferente quando você está rodeado de pessoas mais íntimas e no ambiente de trabalho, se você age de uma maneira diferente, né? Expõe ali um pouquinho mais ou menos a respeito de quem você é, tá? Tem pessoas que são muito diferentes, dependendo do contexto em que ela está inserida, tá? E o que eu listei aqui como terceiro, terceiro nível de intimidade é audiência, público e seguidores. Então, quando eu vou fazer uma palestra, aquela pessoa está vendo pura e exclusivamente um recorte do que eu permito que ela veja. Quando alguém me acompanha nas redes sociais, por mais que ela veja mais do que quando eu estou dando um treinamento, ela ainda está vendo um recorte, algo que eu tenho uma possibilidade de intencionalidade, eu posso ser extremamente intencional. Tem pessoas, por exemplo, que se posicionam nas redes sociais demonstrando apenas a sua vida profissional e nada da sua vida pessoal, ok? Então, quanto menor o nível de intimidade, maior o recorte do que eu demonstro. Quanto menor o nível de intimidade, mais fácil de controlar a minha reputação, a intencionalidade dos sinais que eu vou emitir. Tudo bem? Então, se permita ser visto. Se permita ser visto por quem então, Thay? Por esses três públicos, por essas três audiências, tanto as pessoas do seu nível mais íntimo, seu familiar, seus amigos mais próximos e pessoais, as pessoas do seu ambiente de trabalho, porque dali elas vão poder falar a respeito de você e a construção da sua reputação ela parte principalmente dessas pessoas que estão trabalhando contigo elas, naturalmente existe um efeito de rede daquilo que falam a seu respeito e isso vai caminhando de pessoa pra pessoa de empresa pra empresa, daqui a pouco o seu nome está sendo falado pelas pessoas, está sendo cortitado pra um convite, por exemplo, por meio daquilo que as pessoas estão falando sobre você. Então, pessoas que trabalham com você, pessoas que estudam com você, pessoas que você teve algum contato no mercado de trabalho, ou que você foi dar um treinamento ali, as pessoas te viram, te conheceram, isso nos mínimos detalhes, desde o seu atraso para aquele treinamento, até a excelência do seu trabalho, a forma como você recepcionou ou cumprimentou as pessoas da recepção, os staffs, tudo isso impacta na construção da sua reputação. Todas as pessoas que você vai tendo contato ao longo da sua jornada profissional. Então, esse terceiro público é o de menor intimidade, onde você tem maior controle do recorte que você permite que essas pessoas conheçam a seu respeito. Tudo bem? Então, se permita ser visto por quem? Por esses três públicos, cada um com um nível de intimidade e também com algo que você consegue controlar mais ou menos aquilo que está sendo exposto. Mas todos eles têm um nível de importância para a construção da sua marca e da sua reputação.