Quero contar mais uma história pra vocês. Em 2016, eu entrei pra organização de uma comunidade, chamada GDG Campinas, que é um programa do Google, do qual nós organizamos eventos de pequeno porte, eventos de médio porte, de grande porte, conferências, encontros, em lugares que possam abrir as portas pra nós, e a gente sempre faz isso sem apoio financeiro. Então a gente precisa que as empresas nos ajudem. E muitas das vezes a gente acaba até tirando dinheiro do bolso para organizar esses eventos. Mas nós, como voluntários, nunca ganhamos nada financeiramente. Mas olha que interessante algo que aconteceu comigo no ano de 2017, um ano depois que eu tinha entrado para a organização dessa comunidade de Campinas. Em 2017, a gente organizou uma conferência, um evento de um porte maior do que aqueles encontros que a gente fazia, que tinha 50, 60, 100 pessoas uma vez por mês. A gente organizou um evento um pouco maior, de 300, 400 pessoas, com várias trilhas simultâneas. Salas que estavam com palestras, conteúdos de maneira simultânea. E aí, enquanto nós estávamos organizando a estrutura, trazendo patrocinadores, vendendo ingresso, uma das coisas mais importantes de um evento são os conteúdos que tem lá dentro, certo? E quem vai palestrar e qual o conteúdo? Eu comecei a acionar então as pessoas que eu conheci naquele um ano de organização de eventos e uma pessoa foi me passando contato de outra pessoa, de outra pessoa, de outra pessoa, até que me conectaram com alguém que trabalhava no Spotify. Essa pessoa e uma outra que também trabalhava no Spotify palestraram remotamente, o Spotify fica na Suécia, e eles palestraram remotamente em uma dessas trilhas de conteúdo. Calma aí que vocês já vão perceber onde eu quero chegar com essa história. Então, eles palestraram remotamente, a pessoa que eu entrei em contato indicou mais um brasileiro que trabalhava no Spotify e os dois entregaram conteúdos dentro do DevFest, a conferência que nós organizamos na cidade de Campinas. Super legal, né? Me conectar com pessoas que trabalham em empresas que são referências mundiais. Para mim aquilo já era algo surreal. Em 2018, eu tentei chamar novamente uma dessas pessoas, o Felipe. E ele falou, olha Thay, eu não vou conseguir porque eu estou me mudando para os Estados Unidos. Então essa data para mim não vai funcionar. Tudo bem, chamamos outros palestrantes, maravilhoso. Em 2019, o Google me surpreende, me convidando para participar do Google I.O. Com viagem paga, com a passagem, com estadia paga e com o ingresso do Google I.O. completamente pagos. com estadia paga e com o ingresso do Google I.O. completamente pagos. Em 2019, então, eu paro e penso, que surreal que está acontecendo comigo. Eu nunca tinha ido para os Estados Unidos antes do Google me enviar em 2018, e em 2019 eu nunca imaginei que eles iam me enviar novamente. E aí eu falei assim, olha, 2018 foi incrível. E eu nem estava tão preparado, meu inglês não estava tão bom. Já em 2019 eu falei, essa experiência precisa ser ainda melhor. Por que então, ao invés de eu ir apenas para o Google I.O., eu não vou um período antes e me organizo para conhecer outras empresas. Porque o Google dava essa liberdade. Olha, que data você quer ir e que data você quer voltar. A gente paga a estadia da semana do evento de alguns dias, na verdade, específicos lá, mas o resto é por sua conta. Então, eu me organizei e falei assim, eu vou com antecedência. E olha só que interessante. Eu falei, eu quero conhecer outras empresas. Mas não dá para conhecer outras empresas se não tiver alguém que me coloque para dentro. O que eu fiz então? Eu entrei no meu LinkedIn. Comecei a pesquisar pelas empresas que eu queria conhecer. Listei todas elas, eu queria conhecer a Apple, queria conhecer a Pixar, queria conhecer a Netflix, queria conhecer o Facebook, queria conhecer várias empresas. Listei essas empresas, queria conhecer a Tesla, mas ao entrar no perfil de cada uma dessas empresas, eu tinha a oportunidade de ver quem da minha rede, olha só que interessante, quando você entra no LinkedIn em uma empresa, o LinkedIn te mostra quem que é da sua rede, que já é uma conexão sua, que trabalha naquela empresa. Então, algumas empresas que eu tinha interesse, eu comecei a perceber que eu tinha poucos contatos que trabalhavam lá, ou nenhum. Agora, algumas delas tinham contatos dos quais eu falei, quer saber de uma coisa? Mesmo que tenha poucos contatos, um, dois contatos, eu vou me arriscar. O que me custa mandar uma mensagem no LinkedIn perguntando para essas pessoas o seguinte. Olá, eu estou indo para o Google I.O.U. na próxima semana. Gente, eu fiz isso há uma semana da viagem, tá? E gostaria de saber se é possível conhecer o escritório da sua empresa. Admiro muito o trabalho que os desenvolvedores daí fazem. E eu fiz isso de uma maneira genuína. Eu só mandei essa mensagem, de fato, para pessoas que talvez eu não tinha contato nenhum ou que eu já tive algum tipo de contato em algum momento e fui muito específica. Olha, na semana que vem eu estou indo para o Google I.O.U. e tenho interesse em conhecer a empresa que você trabalha. Eu tenho uma admiração pelos desenvolvedores da sua empresa, das pessoas que trabalham aí. Existe a possibilidade de uma visita? E eu mandei para um monte de gente. Um monte de gente mesmo. E o que aconteceu? Naquele momento, eu descobri que muitas pessoas poderiam ignorar a minha mensagem. E foi exatamente o que aconteceu. Por exemplo, a Pixar, a pessoa que eu mandei a mensagem, o brasileiro que trabalhava lá, ele nem me respondeu, nem visualizou. E tá tudo bem. Eu também descobri uma outra coisa. Que o Felipe, aquela pessoa que palestrou em 2017... Gente, eu nunca tinha ido nem pra fora do país. Pros Estados Unidos, no caso. Em 2017. Eu nunca tinha participado do Google I.O.U. Eu nunca tinha ido para os Estados Unidos. E eu nem imaginava que no ano seguinte eu ia pros Estados Unidos. Em 2019 eu ia ter essa sacada. E eu mandei mensagem para o Felipe. Por quê? Porque quando eu entrei na empresa Netflix, apareceu que ele estava trabalhando lá. Olha que loucura, vamos lá, vamos recapitular. Em 2017, ele estava no Spotify e foi indicado por uma outra pessoa do Spotify para palestrar no evento que eu estava organizando. Em 2018, eu chamei ele para palestrar no outro evento, e ele disse que não estava disponível naquela data, porque ele estava se mudando para os Estados Unidos, da Suécia para os Estados Unidos. Em 2019, eu percebo que essa mudança dele para os Estados Unidos é porque ele tinha ido trabalhar no Netflix. Olha que loucura! E aí, então, eu mandei essa mensagem pra ele, eu até falei assim, nossa, eu mandei essa mensagem pra ele, eu até falei assim, nossa, eu nem tinha reparado que ao sair do Spotify você tinha ido pra Netflix. Então, eu sabia que ele tinha saído do Spotify, mas nem me veio na cabeça de ver nossa, pra qual empresa ele está indo. Então, em 2019, maio de 2019, eu mando essa mensagem para o Felipe e a resposta dele pra mim foi a seguinte. Oi, Thaisa, tudo bem? É possível visitar sim, sem problemas. Próxima semana está tranquila pra mim. Qual dia e horário que funciona melhor pra você? E aí ele falou, ó, se você puder ir umas 11 horas e pouco, seria legal. Conheci o escritório e já almoçava por lá. Gente, esse é um dos melhores exemplos do tipo de networking, do segundo tipo de networking que eu quero trazer para vocês, que é um tipo de networking aproveitar da pessoa. Eu, pura e simplesmente, fui sincera. Olha, Felipe, tudo bem? O meu interesse é conhecer o escritório da Netflix. Existe alguma possibilidade de isso acontecer? E aconteceu. Isso não é maravilhoso? Isso não é super legal, pessoal? E ao longo da minha vida, tiveram várias pessoas que chegaram pra mim de maneira muito direta Oi Thay, tudo bem? Oi Thaisa, tudo bem? Eu tenho um pedido tem uma pessoa que hoje é minha amiga e que já deu aula aqui na Full Cycle, não vou mencionar o nome, mas que a forma que a gente se conheceu foi muito engraçada porque ele tinha me visto num evento um tempo atrás, eu não o conhecia, e eu estava fazendo uma sequência de lives alguns anos depois. E ele simplesmente respondeu o story de uma das lives falando assim, ah, me chama pra uma das lives, faz uma live comigo. Eu não o conhecia, eu estava fazendo live com pessoas com grande relevância no universo da tecnologia. Pessoas que já tinham ali uma certa audiência. Quando ele me mandou essa mensagem, eu, na hora, assim, eu fui bem impulsiva e falei, ah, quando você pode? E durante a live eu o conheci. E descobri que a jornada dele era fantástica. Uma pessoa que tinha deixado a área de tecnologia, que foi pra música e depois voltou para a tecnologia, hoje é um desenvolvedor senior front-end, mora em um outro país, mora lá na Europa, uma pessoa super destacada, um profissional sensacional, e nós nos conhecemos durante a live, que ele se autoconvidou e eu respondi prontamente. Ele poderia não ter tido resposta nenhuma minha? Sem dúvida ele poderia não ter tido nenhuma resposta. E tá tudo bem se não tiver resposta. Agora, ele se arriscou a possibilidade de receber um sim. E o sim veio. Então eu me arrisquei em mandar uma mensagem para o desenvolvedor da Netflix e receber um não. Ou não receber mensagem nenhuma, resposta nenhuma. Mas eu recebi um sim. E a experiência foi fantástica de conhecer o escritório da Netflix lá na cidade de Los Gatos, passar aquele período, almoçar, conversar com o Felipe. E a gente começou a se acompanhar, tanto nas redes sociais e tudo mais. Hoje a gente tem algum certo nível de proximidade. Convidei ele para outros eventos, para participar, levando conteúdo em outros eventos depois disso. Tive a oportunidade de pedir auxílio e dicas e opiniões em relação à minha própria carreira em determinado momento. Então é uma pessoa que passou a ser uma pessoa dentro da minha rede de contatos, onde o nível de contato começou de uma maneira muito pontual, estratégica e por um objetivo muito específico, mas se tornou um contato mais profundo. Tudo bem? Faz sentido para você? Então, eu estou contando essa situação para você porque nós temos, sim, relacionamentos profundos e de longo prazo, dos quais nós precisamos cultivar, mas, sim, existe a possibilidade de nos conectarmos pontualmente de maneira estratégica com as pessoas. Sem que nós estejamos sendo interesseiros. Mas sim que nós estejamos fazendo uma pergunta e esperando uma determinada resposta. Será que você pode fazer isso pra mim? E você pode receber um sim e você pode receber um não. E não ficar chateado com o não, mas entendendo que é uma possibilidade de resposta. Beleza? Então, eu quero te encorajar, a gente vai fazer uma atividade prática também em relação a isso, mas eu quero te encorajar com a minha história, e eu teria várias outras histórias, tá? De pessoas que eu mandei uma mensagem e não sabia se elas iriam me responder, pessoas que têm um alto nível de autoridade, de credibilidade, de reconhecimento, de seguidores, e que eu nunca imaginei que eu receberia uma resposta delas. Eu fiz convite para pessoas virem participar, por exemplo, do meu podcast, que eu nunca imaginei que elas iriam aceitar participar do meu podcast. Pessoas que, de alguma forma, eu convidei para poder levar um conteúdo ou trabalhar numa determinada empresa, ou prestar um tipo de serviço para alguém, ou prestar um tipo de serviço para mim, que eu recebi sims. Então, de novo, existem pessoas das quais nós vamos fazer convites, que são pessoas que nós estamos construindo e cultivando um relacionamento. E naturalmente, a probabilidade dessas pessoas, por exemplo, responderem como um amigo meu na semana passada, eu convidei ele para trazer um bônus para um curso que eu estou construindo. E ele chegou para mim e falou assim, eu falei, olha, eu tenho um convite para vocês. Ele falou, sim, quando? Ele nem ouviu o convite, ele só falou, sim. Quando? O que você precisa? A resposta é sim. Então, conforme a gente vai construindo relacionamentos mais sólidos, a gente vai tendo respostas mais rápidas e positivas das pessoas. Mas, sim, existe um tipo de contato, de networking, de rede de contatos, dos quais nós somos intencionais e extremamente diretos. Onde nós precisamos de algo e nós nos arriscamos a receber um sim. Mas podemos receber um não. E tá tudo bem. Espero que eu tenha feito você compreender um pouco mais sobre esse segundo tipo de networking, que é um tipo de networking muito mais objetivo, muito mais pontual. Pode ser que depois você nunca mais fale com essa pessoa, se você não cultivar esse relacionamento. Pode ser que você volte a falar com ela em algum outro momento, mas é para um objetivo bem específico. Beleza? Qualquer dúvida que você tiver, não deixa de compartilhar com a gente, de perguntar lá no Discord e a gente se vê na próxima aula.