Pessoal, agora que a gente já falou bastante sobre vários componentes, para a gente dar sequência, eu queria antes falar com vocês sobre o conceito de escalabilidade. A gente tem falado algumas vezes sobre isso, mas só para a gente organizar as ideias e colocar todo mundo na mesma página, para ter certeza que todo mundo conhece quando a gente está falando sobre escalabilidade, a gente vai entrar um pouquinho nesse capítulo e eu vou explicar rapidamente o que isso significa e por que isso aconteceu. Vai ser muito importante você entender o porquê das coisas, vocês sabem que eu adoro explicar o porquê das coisas, e a gente começar a compreender como é que as coisas se falam, por que esse conceito surgiu e por que a gente está falando sobre isso hoje nesse curso. Então é bem interessante todo mundo estar na mesma página e a gente começar a entender esses conceitos, que vão ser fundamentais para o resto das nossas conversas. Até aqui, não conhecer o detalhe de escalabilidade era aceitável. Daqui para frente a gente vai ter que saber, porque a gente vai falar muito sobre esse assunto e a gente vai entrar cada vez mais no detalhe disso. Beleza, galera? E vamos lá. Por que a gente está falando de escalabilidade? Antes da gente falar o que é, vamos entender o porquê que isso aconteceu? Eu gosto sempre de voltar e entender como é que era o mundo antes das coisas acontecerem, para a gente entender quais eram os problemas, porque a maior parte das coisas que a gente vê no dia a dia são soluções para problemas que aconteceram ou que poderiam acontecer e que alguém em determinado momento olhou e falou, putz, aqui tem uma oportunidade. Então, uma das grandes coisas que eu olho no mundo é, a maior parte dos problemas para algumas pessoas é olhado como oportunidade e como oportunidade vira uma chance de negócio. E a escalabilidade não foi nada diferente disso. Quando a gente fala do início da escalabilidade, a gente tem que voltar no mundo de contexto global. A gente olha lá atrás, alguns anos antes, quando a gente começou a falar de globalização, começou a pegar fogo e etc. A conversa de mundo globalizado, negócios sendo feitos entre vários países e assim por diante, começou a explodir. Isso começou a se falar cada vez mais. Antes a gente tinha muito um contexto global. Ali o pós-guerra vinha muito com empresas que estavam muito localizadas em seus países, poucas empresas investiam em outros lugares, por vários motivos. Primeiro por cultura, que não fazia muito sentido, e segundo por estar, a gente está voltando ali de um momento histórico meio complicado, onde ter negócio em vários países poderia ser até um problema, dado a instabilidade até o momento. Vários países com instabilidade política e assim por diante. Depois disso, as coisas começaram a evoluir, evoluir, evoluir, evoluir, e chegou um momento que a gente falou, poxa, vamos começar a expandir os negócios para outros lugares do mundo. Então esse contexto global de tudo, é música que começou a ser globalizada, é filme indo de um lado para o outro, é cultura, tudo começou a ser compartilhado entre vários territórios. E com isso, a tecnologia não ficou para trás. A gente começou a ter que pensar em como é que a gente ia compartilhar a tecnologia também. Internet veio para dar um boom na coisa, para mudar tudo, e a gente começar a pensar diferente. E depois, ao longo do tempo, com a vinda dela, a gente começou a achar várias soluções. Costumo brincar que no começo da internet, a maior parte da população não sabia nem para que aquilo servia, vamos ser bem honestos. Fora as corporações, o usuário médio ali, a galera que estava começando a olhar para aquilo, não sabia nem para que usar. Você tinha um computador em casa, tinha acesso à internet, entrava ali num site e falava, pô, legal, ali uma notícia e o que mais? Um pouco parecido com o que está acontecendo agora com os óculos de realidade aumentada, os que estão trabalhando com o spatial computing, quando a gente está falando do Apple Visual Pro ou dos óculos da meta e assim por diante, muita gente ainda está entrando num primeiro momento de para que eu vou usar esse negócio? E depois vem um momento de como a gente começa a amplificar a utilização disso, como é que a gente começa a amplificar a utilização disso, como é que a gente leva os negócios para isso, como é que isso vira um novo ambiente para a gente analisar. A internet foi assim. E a internet é um boom de globalização. A partir do momento que eu tenho internet, eu, na teoria, consigo acessar qualquer coisa de qualquer lugar. E daí isso também foi uma grande mudança. Muitos dos produtos que a gente tinha que eram locais começaram a discutir uma coisa chamada a sua página na internet, os bancos começaram a falar sobre internet em banking e várias empresas começaram a falar como é que elas iam levar isso para fora. Depois disso, depois da internet, vieram os smartphones, que eles vieram com uma mudança ainda maior dando a gente conseguir ter a portabilidade da internet e dos serviços no dia a dia. E daí começou a surgir um monte de outras oportunidades e assim por diante. Ou seja, você vê que o mundo começou a dar um boom de tecnologia e de coisas que poderiam deixar a gente mais conectados e não só conectado com quem é do meu bairro, com quem é do meu país, mas também com o mundo inteiro e com oportunidades do mundo inteiro, tá bom? Então, nesse momento a gente começa a ter, nesses anos todos que eu falei, porque aqui eu falei de vários anos, um trecho grande aqui de tempo, nesse trecho a gente está falando de algumas mudanças. A Amazon para de vender só livros, começa a olhar para outras coisas e começa a pegar seus centros de distribuição globais e colocar eles para cada vez mais entregar mais coisas e buscarem mais oportunidades. Então ela sai de uma venda local nos Estados Unidos e começa a ampliar a sua visão mundo. E ampliando a visão mundo ela começa a parar com alguns problemas ali. Seu centro de distribuição começa a ter um problema. Como que eles vão ficar gerando informação atualizada sobre o status do seu pedido, sobre o tracking da sua mercadoria e assim por diante, de um lado para o outro, sendo que o sistema até então era Estados Unidos. Se ele tem um centro de distribuição no Brasil e outro centro de distribuição na Europa, como que eles deixam isso atualizado? Essa conversa era muito complicada, isso gerou uma grande discussão dentro da Amazon e como que eles deixam isso atualizado? Essa conversa era muito complicada, isso gerou uma grande discussão dentro da Amazon, e como que eles iam resolver isso. E eles, na minha opinião, foram um dos caras que conseguiram resolver isso da melhor forma, e tanto conseguiram resolver isso de uma forma ótima, que produtizaram, transformaram nos produtos que a gente está discutindo aqui hoje, que são os produtos da AWS. Então eles resolveram um problema deles, um problema que estava acontecendo no Moon, em outras áreas a gente vai falar disso também, e também aproveitaram isso para transformar em um produto, não só para resolver o seu próprio problema. Era um problema de infraestrutura deles, que eles tinham para resolver. Se eles não fizessem isso, possivelmente a experiência de venda deles não ia ser da melhor. E daí com isso eles conseguiram mudar a experiência de venda, eles conseguiram alavancar o negócio deles e criar um novo negócio. Isso a Amazon é muito boa de fazer, eu acho que eles são realmente visionários nesse tipo de coisa. Eles não resolvem só um problema para eles, eles pensam em como ganhar com isso. Outra coisa também que estava acontecendo ali, os bancos, que até então também tinham uma visão mais local, lógico, a gente tinha grandes bancos que já eram globalizados, mas até então eles não iam para tantos países e não eram compartilhados em tantos assim alguns bancos começaram a invadir novos países hsbc e citybank começaram a rodar aí o mundo globo e pegar alguns países pra entrar também citybank entrou no brasil depois foi comprado por outro banco hsbc também não foi diferente então esses bancos começaram a mudar, eles chegando aqui em outros países como o Brasil, por exemplo eles tinham um outro problema, serviços bancários são altamente demandam muito processamento, então você precisa de muita capacidade de máquina e assim por diante de segurança, regulamentação e tudo isso, você tem um serviço bancário que você sabe fazer no seu país, não significa que você vai ser sucesso em outro país. Fora aprender regulamentação, aprender sobre jurisdição e assim por diante, você vai ter que ter um sistema que rode naquele país. Não dá para eu pegar um sistema, por exemplo, bancário, que tem alta capacidade de entrega e que está falando sobre entregas, às vezes até online, nessa época ainda nem tanto, mas que começava a falar de online, de uma agência aberta assim por diante que tem que ter acesso, por exemplo, ao seu saldo bancário e o seu saldo está processando em outro país. Às vezes, por regulamentação, você não pode e, às vezes, porque o tempo de latência que você vai ter entre um país e outro vai fazer isso ficar insustentável. Então, esses caras começaram a basicamente replicar as suas estruturas tanto físicas quanto lógicas. Os seus sistemas começaram a ser replicados e as suas estruturas também. Eu passei por isso em algumas das empresas que eu trabalhei onde a gente viu um grande investimento em criação de data centers próprios de empresas que eram de fora do país e que vieram para o Brasil, e dentro dessas empresas a criação de data centers próprios e de sistemas próprios para aquele país. Isso gera certo desperdício, porque você precisa subir ali bastante coisa e você acaba gastando muito tempo e muito dinheiro para conseguir fazer isso. São anos de investimento para uma aposta, que pode ser que nem dê certo. Então tudo isso também trouxe mais algumas discussões pro jogo e mais algumas oportunidades. Outra coisa também foram as startups, com o advento das startups, meu Deus do céu, aí que a coisa começou a tomar mais escala ainda. Startup basicamente tinha uma ótima ideia e pouco dinheiro. Vamos ser muito honestos, a maior parte delas começou com pouca coisa. dinheiro. Vamos ser muito honestos, a maior parte delas começou com pouca coisa. O que a gente chamava antes das empresas de garagem, elas começaram a ganhar proporção e a gente começou a ter uma porrada de startups surgindo por aí. Duas grandes que eu listei aqui que são puramente tecnologia quase e processamento foi o Spotify e a Netflix. Elas vieram com ideias de você usar muita tecnologia para conseguir entregar uma experiência diferenciada. A Netflix começou primeiro com locação de DVDs e assim por diante, mas logo ela foi para o streaming e o Spotify para isso também falando de música. Só que no começo, para quem sabe, o Spotify teve um primeiro momento ali com a sua própria rede on privacy. Então, no começo, eles não tinham ainda a possibilidade de usar, por exemplo, as contas da AWS que a gente está falando aqui, onde você simplesmente sobe serviços e experimenta eles. Ou seja, esse cara era um cliente de potencial. Ele queria levar a música para o mundo com, lógico, uma baixa latência, porque você precisa processar, você não está baixando a sua música, você está processando ela vir em streaming, e ele precisava de algum lugar que conseguisse ajudar ele nisso. Ele não ia conseguir ter um data center em cada país só para ele, isso ia deixar o negócio dele inviável. A Netflix a mesma coisa e assim por diante. Ou seja, olha o tamanho da oportunidade que tinha na mesa. Isso aqui são só dois, teve mais uma porrada de coisa acontecendo e que acabou gerando todas essas oportunidades para muitos desses provedores cloud ajudarem essas startups para primeiro testar os produtos, para ver se eles fazem sentido e para depois eles também conseguirem levar isso para diversos países e assim por diante. É interessante ver como isso viabilizou vários outros negócios, como isso mudou a nossa mentalidade de consumo e como isso mudou a nossa mentalidade de desenvolvimento de sistema. O que antes a gente tinha lá como manifesto ágil nascendo, aqui pegou fogo. A gente precisa experimentar rápido, errar rápido e começar a treinar e fazer coisas cada vez melhores e colocar no dia a dia para testar. Antes a gente fazia projetos muito grandes e a gente esperava muito tempo para ver se aquilo era uma verdade ou não. Até porque toda a criação de hardware, etc. e montagem demorava muito tempo e era um baita investimento. Agora, como isso é mais suave, você consegue trabalhar de uma forma muito mais rápida e criar coisas muito diferenciadas. Aqui, o que basicamente deflagrou essa necessidade de escalabilidade? Você tinha sistemas isolados, então as empresas que possivelmente estavam falando só de uma região específica e um sistema num data center específico que só conseguia atender certa área regional, começa a ter vontade de ir para outras regiões e responder em tempo real e ter valor para conseguir fazer isso. Então esses sistemas deixam de ser isolados e começam a querer ser replicados em vários lugares. Então uma rede de sistemas que se comunica e até que a gente consiga reaproveitar esses sistemas de um lugar para o outro, para deixar o produto mais barato e uma experiência mais unificada. Você gasta menos tanto com o pessoal para recriar e manutenção de sistema em vários lugares, recriar e manutenção de sistema em vários lugares, como você também acaba gastando menos para depois evoluir esses sistemas de forma que faça sentido, tá bom? Uma outra coisa também é a capacidade fixa. Quando você ia lá e criava uma ideia, um sistema, qualquer tipo de produto, você estava limitado ao tanto de hardware que você comprou. Então imagina que você foi lá e falou, poxa, meu produto eu acho que ele vai vender mais ou menos tanto. Quando você ia lá e colocava aquele hardware, investia aquele hardware, então imagina que eu sou lá o Citibank vindo para o Brasil, fui lá e investi um baita de um dinheiro no hardware, e daí esse dinheiro tem dois casos, ou eu investi a mais e eu tenho um over engineering aqui, eu tenho muita grana na mesa para processar pouca coisa, aquilo ali vai ficar desperdiçando meu dinheiro à torta direita e eu não vou ser competitivo com o mercado ou eu vou pôr a menos, é pior ainda, vai começar a dar pau no sistema, mas eu vou ter que fazer todo um retrabalho de começar a criar uma nova estrutura e assim por diante e isso levava tempo. Então, a gente deixava as nossas coisas, com muita dificuldade de crescimento e elas começaram a ficar obsoletas quando as tecnologias iam evoluindo porque a gente não tinha tempo nem dinheiro para fazer novos investimentos e flexibilizar esse tipo de coisa. As atualizações ali, como eu disse, eram mais lentas, mais custosas. Se você comprar um equipamento ou montar um novo data center demorava muito tempo, você precisava fazer projetos ter um engenheiro dedicado para aquilo e assim por diante, um engenheiro real um engenheiro para criar data centers então isso era muito complicado tinha muito trabalho para fazer e com isso a gente acabava fazendo com que os nossos produtos fossem mais lentos, a nossa produtividade também e a gente matava muito negócio. Por exemplo, criar uma startup nessa época, você precisava de muita força de vontade e um breve investimento para conseguir fazer essa coisa dar certo. Pois bem, aí vem a ideia, né? Por que não criar uma plataforma que consiga ajudar todo mundo a evoluir e o mercado evoluir também? Com isso, a gente criou a ideia de escalabilidade, a AWS veio aí também e criou não só seus produtos, mas uma forma desses produtos serem escaláveis e utilizados por outros sistemas. Eu acabei falando aqui muito da história de como foi criado os provedores cloud, mas os provedores cloud foram criados para tanto provisionar a infra para todo mundo, como para mudar o nosso mindset de escalabilidade. E a gente vai começar a entrar nesse mindset de escalabilidade agora, nos próximos aulas, beleza?