Boa Noite Turma, Tudo bem? Post para compartilhar com vocês o racional que usamos nas escolhas dos Fundos Imobiliários para a carteira do VR17. Os nomes foram: Lajes Corporativas - JSRE11 e HGRE11 Galpões Logísticos - LVBI11 e VILG11 Shopping - XPML11 Recebíveis - PLCR11, RBRY11 e AFHI11 Eu faria uma alocação deste tipo. JSRE11 - 10% HGRE11 - 10% LVBI11 - 10% VILG11 - 10% XPML - 20% PLCR11 - 13,33% RBRY11 - 13,33% AFHI11 - 13,33% Carteira de FIIs - Turma 17 JSRE11 - Fundo de Lajes Corporativas O Fundo é do segmento de lajes corporativas, com gestão ativa, fez seu IPO em junho de 2011 e atualmente possui quase 50 mil cotistas. É administrado e gerido pelo Banco Safra, umas das melhores gestoras de Fundo Imobiliário, na minha opinião, junto com a Kinea e CSHG. O JSRE11 é um dos fundos mais antigos na bolsa, fez sua primeira emissão em2011, mas passou por uma mudança muito grande na sua carteira de investimento, em 2014 deixou de investir em CRI e outros Fundos, para focar no segmento de lajes corporativas. Ele é dono de cinco imóveis corporativos, a grande maioria em São Paulo, com exceção de um prédio na cidade do Rio de Janeiro. Mais de 60% dos contratos de locação são reajustados pelo IGPM e o restante tem reajuste pelo IPCA e 70% dos contratos vencem apenas em 2025 ou depois. As empresas do setor de seguros são as maiores locatárias, como: Allianz, Zurich. Ou seja, bons locatários, resilientes. O imóvel mais relevante, representando 50%% do JSRE11 é o Edifico Tower Bridge. A vacância física é de 15%, enquanto que a vacância financeira é de 12%. Essa diferença acontece porque o Fundo recebe uma Renda Mínima Garantida - RMG, referente ao imóvel do Complexo Rochaverá, adquirido em 2021. Um parênteses aqui - é comum o vendedor do imóvel pagar uma Renda Mínima, por um tempo específico, para o Fundo, enquanto o imóvel estiver vago. Ou seja, se o prazo da RMG terminar e o imóvel continuar vago, a vacância financeira aumenta e se aproxima da vacância física. Um parênteses - principalmente no segmento de lajes corporativas, a vacância tem um peso negativo muito grande, pois além do Fundo não receber a receita do aluguel, ele ainda precisa arcar com os custos do imóvel, como condomínio e impostos. Em prédios muito modernos, com classificação AAA, o custo deste condomínio é bem alto. Dai eu não ser muito fã do segmento de Lajes. No setor de galpões logísticos, o “custo” de ter vacância é muito menor. Vamos ao detalhe dos imóveis: 1 - Tower Bridge O Fundo é proprietário de 100% do imóvel, construído em 2013, é um triple AAA, muito moderno, localizado em uma das regiões que mais se desenvolveram nos últimos anos, próximo ao Berrini e a ponte Estaiada. A vacância física é de aproximadamente 5%. 2 - Complexo Rochaverá O Fundo é proprietário de 40% do Complexo, inaugurado em 2008, também tem classificação AAA. Localizado na região da Av. Chucri Zaidan e Marginal Pinheiros, ao lado do shopping Morumbi. Hoje tem aproximadamente 26% de vacância. 3 - Torre Nações Unidas III O Fundo é proprietário de 64,3% do imóvel, construído em 2013, também com classificação AAA. O imóvel tá totalmente ocupado. 4 - Edifício Paulista O Fundo é proprietário de 100% do imóvel, que passou por um retrofit em 2012, recebendo a classificação AAA, ocupa uma ótima localização, a poucos metro do Metrô. O imóvel tem 24% de vacância. 5 - Edifício Praia de Botafogo O Fundo é dono de apenas 8% do imóvel, construído em 1977, tem a classificação C, com excelente localização em um bairro nobre do Rio de Janeiro. Não há vacância no imóvel. HGRE11 Portfólio de imóveis premium, com baixa vacância, diversificado, com o selo de qualidade da CSHG, com um belo desconto. O Fundo HGRE11, que possui a gestão da Hedging Griffo, é um fundo mais antigo, que teve início de suas atividades em 2008 e já passou por 9 emissões de cotas. Sua taxa de administração de 1,00% ao ano. O Fundo possui um portfólio imobiliário quase todo concentrado em São Paulo. São 19 ativos no total, 13 deles na cidade de São Paulo, 1 em Barueri, 1 em Campinas, 2 no Rio de Janeiro, 1 em Curitiba e 1 em Porto Alegre. A vacância crônica do HGRE11 se chama Torre Martiniano, um imóvel que representa em valor patrimonial 14,5% do Fundo e que está 100% vago. Esse imóvel representa mais da metade da vacância financeira do HGRE11, que alcançou 26,73% em abril de 2022. Vocês já devem ter lido que são nas crises que surgem as oportunidades, e é exatamente da Torre Martiniano que vem o grande potencial de upside do HGRE11. O Edifício passa por um grande retrofit, que se encerra em setembro de 2022 e aí fica pronto para locar. Considerando que o Fundo dará alguma carência nas futuras locações, acredito que no segundo semestre de 2023 já teremos receitas vindo desse edifício. Os rendimentos do HGRE11 já estão melhorando nos últimos 4 semestres. Neste semestre atual teve uma distribuição atípica, em janeiro de 2022, de R$ 2,75 por cota, mas o Fundo já aumentou de R$ 0,69 por cota o rendimento para R$ 0,78 por cota no último mês. XPML11 É um Fundo imobiliário do setor de Shopping Center, dono de 12 empreendimentos, com maior representatividade no Estado de São Paulo. São empreendimentos Premium, como o Catarina Fashion Outlet e o Cidade Jardim. Além disso, o Fundo está fazendo obras de expansão nos dois, o que pode impulsionar a valorização das cotas no curto prazo, pois as obras estão adiantadas. Eu gosto do perfil dos shopping por atender a um perfil de clientes com maior renda, onde a crise econômica não teve tanto impacto e a recuperação foi ainda mais rápida. Os indicadores de vendas nas mesmas lojas e de fluxo de veículos, já são maiores que o ano de 2019. VILG11 Fundo Imobiliário do setor de galpões logísticos Praticamente não tem vacância, 99,6% dos galpões estão ocupados. Mais de 60% dos inquilinos são empresas que não sofreram com a pandemia, ao contrário, muitas cresceram, setores como: e commerce, alimentos e material hospitalar. O portfólio do fundo é composto por 15 imóveis, em 6 Estados, com 61 locatários. O maior deles é a empresa Tok&Stok, que ocupa apenas 14%. A maioria dos contratos é do tipo Típico e o prazo médio é de 4,4 anos. Com esse perfil, o. Fundo consegue reajustar o valor do aluguel na hora de renovar os contratos, o que não é possível nos contratos atípicos. LVBI11 O Fundo LVBI11 tem como foco a qualidade de seus imóveis logísticos e a localização dos mesmos (raio de 30 km de São Paulo e Extrema/MG). São imóveis modernos em ótimas localizações, 45% de seus imóveis, após a aquisição do imóvel de Cajamar, passam a estar em um raio de 30 km de São Paulo, além de 29% em Extrema. Os contratos tem como reajuste o IGPM, com foco em contratos atípicos, refletindo a qualidade dos imóveis. PLCR11 É um Fundo Imobiliário de Recebíveis, ele investe em títulos atrelados a ativos imobiliários, como CRIs. O Fundo não investe diretamente em imóveis. Hoje ele investe em 34 CRIs, de diversos emissores, todos eles possuem algum tipo de garantia. E 82% da carteira de CRI é remunerado por IPCA + 6%. O restante tem como remuneração CDI + 4,08. Aproximadamente 40% dos CRIs tem vencimento nos próximos 5 anos, assim o gestor consegue reinvestir em novos CRIs a uma taxa maior, dado o cenário mais alto dos juros. A expectativa para os próximos 18 meses é de aumento da taxa Selic e manutenção do IPCA em níveis mais altos. A combinação é uma maior receita para o Fundo e consequente distribuição aos cotistas. Ao mesmo tempo o risco de default também aumenta, pois a dívida fica cada vez mais cara, por isso eu prefiro CRIs menos arriscados, com bons emissores e garantia robusta. RBRY11 - Fundo de Papel O foco aqui foi um Yield um pouco maior, mas com risco dos devedores dos CRIs mais controlado. A gestora faz a originação das operações, visita as propriedades, assim consegue mensurar melhor o risco dos empreendimentos que servem de garantia para o CRI. É a pimentinha da nossa carteira. AFHI11 Atualmente o Fundo possui uma alocação de IPCA + 7,67% e CDI + 4,48%. O AFHI possui uma gestão muito competente e que tem atingido ótimos resultados e até por isso tem pago rendimentos crescentes ao longo dos últimos meses, tendo alcançado R$ 1,40 por cota neste mês. Vimos que o Fundo busca agora migrar um pouco mais a carteira para títulos indexados ao CDI + e acredito que seja uma decisão acertada. A tendência é que o ciclo da inflação termine antes do que o ciclo do CDI, e, além disso, o COPOM tem se mostrado bem ortodoxo na política econômica. Ou seja, se existe o risco inflacionário, ele sobe os juros.